A nova era do “lawfare” no futebol: litígios dispendiosos pressionam a Premier League e os seus clubes

Clubes, ligas e agentes recorrem cada vez mais aos tribunais e arbitragens; custos legais anuais da Premier League superam **€45,4 M** (£40 M).

19 nov 2025 • 08:56 • Leitura original: The Athletic (via NYT) / Philip Buckingham
A nova era do “lawfare” no futebol: litígios dispendiosos pressionam a Premier League e os seus clubes — The Athletic (via NYT) / Philip Buckingham

O que aconteceu

Nos últimos 12 meses, o International Dispute Resolution Centre (IDRC), em Londres, tornou-se palco central de disputas de alto impacto no futebol inglês, incluindo o processo das 115 acusações ao Manchester City (decisão ainda não confirmada), o pedido de indemnização do Burnley ao Everton até €68,1 M (£60 M) e a defesa bem‑sucedida de Lucas Paquetá contra acusações da Federação Inglesa (FA). Em paralelo, a Premier League enfrenta contestação às suas Regras de Rentabilidade e Sustentabilidade (PSR), enquanto FIFA e UEFA lidam com desafios legais à sua autoridade.

Por Que Importa

  • Custos crescentes: a Premier League gasta mais de €45,4 M (£40 M) por ano em honorários legais, pagos pelo bolo central — potencialmente reduzindo as distribuições aos 20 clubes.
  • Risco regulatório: novas regras financeiras, incluindo um eventual tecto “top to bottom anchoring” (TBA), podem desencadear mais contestações por parte do Sindicato dos Jogadores (PFA) e grandes agências, elevando a incerteza regulatória.
  • Estratégia empresarial: investidores corporativos e estatais usam litígios como arma competitiva para moldar regras (ex.: operações com partes relacionadas), afectando patrocínios, receitas comerciais e avaliação de activos.
  • Efeito dominó: uma decisão adversa em casos de grande perfil (ex.: Manchester City) poderá gerar reclamações indemnizatórias em cadeia por outros clubes (não confirmado).

Contexto

  • O IDRC aluga salas de arbitragem por até €5,7 mil (£5 mil) por dia e tem recebido casos confidenciais com dezenas de milhões em jogo.
  • As PSR já levaram Everton (duas vezes), Nottingham Forest e Leicester City a processos e recursos; o Leicester arrisca penalização de pontos (não confirmado).
  • A UEFA enfrenta acções ligadas ao projecto de Superliga (A22 Sports Management), enquanto a FIFA foi contestada por sindicatos de jogadores quanto ao calendário internacional; a promotora Relevent Sports tentou levar jogos domésticos a outros mercados.

Entre Linhas

  • Clubes da Premier League geraram £6,3 mil milhões em 2023-24 (conversão não disponível), profissionalizando estruturas jurídicas internas e contratando grandes sociedades de advogados para assuntos comerciais, fiscais e disciplinares.
  • Proprietários com grande capacidade financeira “sobre‑juridificam” disputas, multiplicando custos para a parte oposta e elevando a fasquia para litigar.

E agora?

  • Votação iminente sobre novas regras financeiras, incluindo tecto de custos com plantéis; oposição pública do PFA antevê novos contenciosos.
  • Observa‑se tendência de migração para contencioso comercial e da concorrência, para além do disciplinar, com impacto directo em patrocínios e receitas comerciais dos clubes.

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