Serie A confirma Milan–Como em Perth após acordo com FIFA e AFC
Jogo de 8 de Fevereiro seguirá com arbitragem asiática e logística fora da gestão direta da liga, abrindo caminho ao primeiro jogo oficial europeu no estrangeiro.
O que aconteceu
A Serie A confirmou que o AC Milan–Como, marcado para 8 de Fevereiro no Optus Stadium, em Perth (Austrália), vai realizar-se. Após reuniões com o presidente da FIFA, Gianni Infantino, e com Pierluigi Collina (Comité de Árbitros da FIFA), a liga italiana aceitou condições da Confederação Asiática de Futebol (AFC), incluindo a nomeação de árbitros asiáticos e restrições na organização, promoção e comercialização do jogo.
Por Que Importa
- Receita e audiência: a Serie A procura abrir mercado na Ásia-Pacífico, mitigando o fosso de receitas face à Premier League e testando procura por jogos oficiais fora da Europa.
- Direitos e regulação: estabelece precedente regulatório para jogos de ligas europeias no estrangeiro, após uma aprovação “relutante” da UEFA em base excecional.
- Patrocínios e hospitalidade: jogo em estádio de grande capacidade poderá atrair patrocínios locais e pacotes de hospitalidade premium, mas com valores não divulgados.
- Governação: o compromisso com arbitragem e condições da AFC mostra negociação multilateral (FIFA–AFC–liga–federações), relevante para futuros jogos internacionais.
Contexto
- O San Siro está indisponível por servir cerimónias de abertura/encerramento de futuros Jogos Olímpicos de Inverno, levando o Milan a procurar alternativa.
- A UEFA aprovou, de forma excecional, este jogo e um Villarreal–Barcelona em Miami; este último foi adiado após contestação da Associação de Futebolistas espanhola e incerteza comercial do promotor.
- Em Itália a contestação foi menor, embora jogadores como Mike Maignan e Adrien Rabiot tenham criticado a ideia de jogar no estrangeiro.
Entre Linhas
- A exigência de que a Serie A não organize nem promova diretamente o evento indica que a AFC e a federação local (Football Australia) pretendem controlo operacional e comercial no seu território.
- A aceitação de árbitros asiáticos, após garantias de Collina, reduz risco reputacional para a FIFA e a AFC e viabiliza um modelo replicável para outras ligas.
E agora?
- Falta clarificar modelo de repartição de receitas (bilhética, patrocínios, direitos de transmissão) e custos logísticos (não confirmado).
- Se bem-sucedido, o jogo poderá acelerar planos de mais partidas oficiais europeias fora do continente, pressionando reguladores e sindicatos de jogadores.