Estudo da HHL defende equilíbrio entre participação dos adeptos e autonomia dos investidores no âmbito da 50+1

Análise propõe métrica para medir influência dos adeptos e alerta: mais legitimidade democrática pode significar menor flexibilidade empresarial — e vice‑versa.

16 dez 2025 • 09:52 • Leitura original: kicker
Estudo da HHL defende equilíbrio entre participação dos adeptos e autonomia dos investidores no âmbito da 50+1 — kicker

O que aconteceu

Um estudo da Handelshochschule Leipzig (HHL) avaliou como medir estruturalmente a participação dos adeptos nos clubes profissionais alemães e o seu impacto na atratividade para investidores, no contexto da regra 50+1. A investigação surge quando o Bundeskartellamt (Autoridade da Concorrência) instou a Deutsche Fußball Liga (DFL) e os seus 36 clubes a agir sobre exceções e casos sensíveis (Bayer Leverkusen, VfL Wolfsburg, Hannover 96 e RB Leipzig), sob pena de a 50+1 colapsar.

Por Que Importa

  • Finanças e governo societário: maior controlo dos adeptos reforça legitimidade e ligação ao clube, mas reduz flexibilidade financeira e velocidade de decisão, potencialmente afastando capital.
  • Estratégia de investimento: clubes com maior autonomia de gestão tendem a captar mais investimento, porém com maior risco reputacional se decisões contrariarem expectativas dos adeptos.
  • Regulação: a 50+1 é apresentada como quadro de equilíbrio, não uma barreira rígida, para compatibilizar prioridades económicas e participação.
  • Valor competitivo: o ponto de equilíbrio entre participação e autonomia determina a posição competitiva dentro e fora de campo, segundo os autores.

Contexto

  • O estudo, “Fanpartizipation oder Investoren-Autonomie? Deutschlands Profifußball am Scheideweg”, é assinado por Henning Zülch (prof.), Konstantin F. Krakau (doutorando) e Florin Groth (mestrando).
  • Classificação em três modelos: clubes “fan‑determinados” (ex.: FC St. Pauli, 1. FC Union), “investidor‑dependentes” (ex.: RB Leipzig, VfL Wolfsburg) e formas híbridas (com sociedades como GmbH & Co. KG), onde a estrutura jurídica molda o grau de controlo.

Números

  • A HHL propõe um índice (0–1) por clube com base em quatro categorias: “Propriedade e direitos de voto”, “Estruturas e expressão dos adeptos”, “Influência histórica” e “Inclusão sociocultural”.
  • Quanto mais alto o índice, maior o poder dos adeptos e, em teoria, menor a atratividade para investidores que procurem decisões comerciais rápidas.

Entre Linhas

  • A HHL sublinha que participação dos adeptos e atratividade para investidores não são antagónicas por definição; exigem governance clara e expectativas alinhadas. O caso do TSV 1860 München ilustra os riscos quando tal equilíbrio falha.

E agora?

  • A DFL e os clubes terão de ajustar práticas de governação para responder ao regulador e evitar o colapso da 50+1.
  • O modelo de medição proposto pode servir de referência para negociações com investidores e para políticas internas de participação.

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