Bayern ponderou vender 5% a fundo externo; conversas com a EQT caíram

Negociação por uma participação minoritária esbarrou na saída do CFO e no escrutínio do modelo alemão de 50+1. Avaliação de referência: €4,28 mil M.

4 dez 2025 • 18:50 • Leitura original: Financial Times
Bayern ponderou vender 5% a fundo externo; conversas com a EQT caíram — Financial Times

O que aconteceu

O Bayern Munique manteve este ano conversas com a gestora de capital de risco EQT para vender uma participação minoritária, potencialmente até 5% do veículo operacional do futebol, mas as negociações fracassaram após a saída do diretor financeiro Michael Diederich no verão. A associação de sócios detém 75% do clube e a sua constituição exige que os membros mantenham pelo menos 70% da subsidiária do futebol.

Por Que Importa

  • Um acordo teria testado o modelo alemão de 50+1, num contexto de forte resistência dos adeptos a capital externo, com impacto direto em governação e controlo.
  • A venda de até 5% implicaria uma captação potencial relevante: a avaliação de referência do clube é de €4,28 mil M, sugerindo um encaixe teórico na ordem de €214 M (não confirmado), útil para investimento competitivo em plantel, infraestruturas e receitas comerciais.
  • O interesse da EQT sinaliza a procura de ativos desportivos “blue chip” na Europa para atrair investidores de retalho, reforçando a tendência de institucionalização do capital no desporto.
  • A ausência de intenção de desinvestimento por parte de Adidas, Audi e Allianz preserva estabilidade acionista, mas limita liquidez futura sem mexer no perímetro de 50+1.

Contexto

  • Na Alemanha, protestos de adeptos levaram a Liga Alemã de Futebol a cancelar (2024) negociações para entrada de capital privado na organização (direitos de transmissão). O caso RB Leipzig/Red Bull continua a alimentar o debate sobre identidade e “clubes de plástico”.
  • O Bayern é hegemónico na Bundesliga (12 dos últimos 13 títulos), tem mais de 432 mil sócios e está entre os 5 maiores do mundo por receitas anuais.

Números

  • Avaliação empresarial (Football Benchmark): €4,28 mil M.
  • Transações recentes na Europa: Atlético de Madrid avaliado acima de €2 mil M (acordo de maioria com Apollo); Chelsea vendido por €2,85 mil M (€2,5 mil M GBP); AC Milan por €1,2 mil M.
  • EQT gere cerca de €270 mil M em ativos e investiu €23 M (€25 M US$) via veículo de capital de risco na Baller League (formato 6x6 com influenciadores).

Entre Linhas

  • O dossiê terá perdido tração com a saída do CFO, alegadamente o principal elo com a EQT, ilustrando como a governação e continuidade executiva influenciam transações em clubes com forte peso associativo.
  • Não há indicação de venda por parte de Adidas, Audi e Allianz; termos financeiros específicos das conversas Bayern–EQT não foram divulgados (valores não divulgados).

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