Ano 2 será o verdadeiro teste do Ligue 1+: retenção e subida de preço no centro da equação

Ben Morel alerta que a viabilidade do modelo direto ao consumidor dependerá de crescer a base paga enquanto aumenta o preço — e de acordos de distribuição como o da Canal+.

20 nov 2025 • há 12 horas • Leitura original: SportsPro (Sam Carp)
Ano 2 será o verdadeiro teste do Ligue 1+: retenção e subida de preço no centro da equação — SportsPro (Sam Carp)

O que aconteceu

Ben Morel, ex-diretor executivo da LFP Media, afirmou no SportsPro Media Summit, em Madrid, que o segundo ano do Ligue 1+ será determinante para validar o modelo direto ao consumidor (DTC: venda direta ao público). O serviço de plataforma de transmissão online foi lançado antes de 2025/26 após a liga não fechar um parceiro doméstico de longo prazo. O Ligue 1+ superou 1 milhão de subscritores com preço inicial de €14,99/mês (ou €9,99 para menores de 26), e tem distribuição via DAZN, Amazon Prime Video e operadores franceses (Orange, Bouygues Telecom, Free, SFR). A Canal+ ainda não assinou.

Por Que Importa

  • Receita e risco: operar DTC dá maior controlo e dados, mas transfere custos de tecnologia, marketing e apoio ao cliente para a liga, tornando a receita mais variável face a um contrato clássico de direitos.
  • Preço vs. volume: Morel sublinha o desafio de aumentar o preço e, ao mesmo tempo, crescer subscritores no ano 2 — condição crítica para atingir metas de utilizadores (objetivo de 2 milhões) e rentabilidade.
  • Distribuição híbrida: a eventual entrada da Canal+ pode ampliar alcance e reduzir churn, melhorando o retorno do investimento (ROI) do ecossistema DTC + parceiros.
  • Referência para outras ligas: sendo a primeira das “Big Five” a optar por DTC, o desempenho do Ligue 1+ funcionará como caso de referência para quem pondera alternativas aos acordos tradicionais.

Números

  • Preço Ligue 1+: €14,99/mês (lançamento) e €9,99 para <26 anos; abaixo dos €29,99/mês anteriormente cobrados pela DAZN em França.
  • Distribuição de direitos 2025/26: €142 M aos clubes (segundo L’Équipe); comparação: pacote 2026/27 da DAZN e BeIN Sports reportado em €500 M.
  • Antigo colapso Mediapro: acordo de €3,25 mil milhões em 2020 (histórico) que falhou e reconfigurou a estratégia de direitos da liga.

Entre Linhas

  • A base de “fans dispostos a pagar” pode já estar quase saturada no 1.º ano, tornando a subida de preço mais sensível sem um aumento claro de valor percebido.
  • Morel defende parcerias inovadoras e pacotes (bundle) que juntem Ligue 1 a entretenimento não desportivo para justificar preços mais altos ao agregado familiar.

E agora?

  • Monitorizar: evolução do ARPU (receita média por utilizador) no ano 2, taxa de churn e acordo com a Canal+ (não confirmado).
  • Estratégia de valor: explorar pacotes com entretenimento e vantagens exclusivas para reduzir sensibilidade ao preço e aumentar a lifetime value.
  • Benchmark externo: outras ligas poderão usar o DTC como alavanca negocial com operadores, sem abdicar da previsibilidade de contratos garantidos, como notou a Ampere Analysis.

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