Reino Unido prepara proibição de revenda de bilhetes acima do preço original para eventos ao vivo
Medida anti-touting deverá abranger futebol e outras modalidades, com impacto nas receitas de plataformas secundárias e no custo para adeptos
O que aconteceu
O Governo do Reino Unido vai anunciar uma lei que proíbe a revenda de bilhetes para eventos ao vivo — incluindo jogos de futebol — acima do preço original. O pacote prevê ainda teto para comissões de plataformas de revenda e limites à revenda de quantidades superiores às adquiridas na venda inicial, visando travar operações em larga escala com recurso a bots. A medida surge após forte reação pública a preços inflacionados em concertos e eventos desportivos.
Por Que Importa
- Futebol impactado: jogos de Premier League e taças terão menor pressão de preços no mercado secundário, potencialmente reduzindo a despesa total dos adeptos e a fricção reputacional para clubes.
- Plataformas secundárias em pressão: empresas como Viagogo e StubHub enfrentam queda de receitas e risco de migração para canais não regulados, exigindo ajustamentos no modelo de comissões.
- Regulação e compliance: clubes e ligas terão de rever políticas de bilhética, termos de revenda e mecanismos anti-bots, com custos de implementação mas ganhos de baixa exposição reputacional.
- Poder de precificação: maior controlo do mercado primário pode incentivar estratégias de precificação dinâmica e maior transparência nos custos, protegendo o adepto e o valor de marca.
Contexto
- O debate intensificou-se após bilhetes para eventos muito procurados serem listados por mais de €4.540 (£4.000) no mercado secundário, muito acima do preço original.
- Artistas e grupos de defesa do consumidor pressionaram Downing Street por limites de preço; o Governo trabalhista optou por uma proibição total acima do custo original, indo além de um teto de +30% inicialmente estudado.
Números
- Estimativa governamental aponta redução de até €45 (c. £40) no custo médio por bilhete revendido, gerando poupanças anuais de dezenas de milhões de euros para consumidores.
- Campanhas do setor estimam que práticas de touting custam aos fãs cerca de €164 M (£145 M) por ano em preços inflacionados.
- Análises indicaram revendas com prémios médios até +490% sobre o valor original em Londres (eventos de elevada procura).
E agora?
- A implementação exigirá fiscalização efetiva e cooperação com clubes, ligas e plataformas para detetar bots e revendas em massa.
- Clubes poderão reforçar soluções de bilhete digital, identidade do utilizador e mercados oficiais de troca a preço facial, mantendo comissões transparentes e limites claros.
- Risco de mercado paralelo persiste; sucesso dependerá de sanções dissuasoras e da atratividade de canais oficiais para adeptos.