WSL acelera profissionalização com líderes dedicados ao futebol feminino; Espanha avança a ritmo diferente
Mais clubes ingleses criam direções próprias para as equipas femininas, com maioria de mulheres em cargos de topo. Em Espanha, estruturas continuam maioritariamente integradas nos clubes.
O que aconteceu
A Liga Feminina inglesa (Women’s Super League, WSL) consolidou estruturas de gestão exclusivas para o futebol feminino, com diretórias e administrações próprias. Clubes como o Chelsea (primeira CEO do futebol feminino em 2024) e o Brighton (2023) formalizaram funções dedicadas, enquanto outros ainda repartem responsabilidades. No conjunto das 12 equipas, 58% dos líderes máximos do feminino são mulheres. Em Espanha, na Liga F, a maioria dos cargos permanece integrada nas estruturas globais dos clubes, com 63% dos líderes a serem homens.
Por Que Importa
- Profissionalização atrai talento executivo e facilita captação de patrocínios, media e bilhética com metas e P&L próprios (valores não divulgados).
- Estruturas dedicadas permitem planeamento de longo prazo, melhor retorno do investimento (ROI) e responsabilização por receitas e custos do feminino.
- Maior presença feminina em cargos de decisão na WSL reforça reputação e reduz risco reputacional, fator crítico para marcas.
- Em Espanha, a integração nas estruturas gerais pode gerar eficiências, mas limita autonomia comercial e velocidade de decisão nas equipas femininas.
Números
- WSL: 7 mulheres (58%) e 5 homens (42%) como líderes do futebol feminino em 12 clubes.
- Liga F: 6 mulheres (37%) e 10 homens (63%) em 16 clubes.
- Experiência no feminino: WSL dividida 50/50 entre perfis com e sem histórico direto; Liga F com 88% de líderes com experiência prévia no feminino (muitos em funções técnicas).
- Antigas jogadoras em cargos de topo: 1/12 na WSL; 7/16 na Liga F (maioritariamente funções técnicas, não executivas).
Contexto
- Exemplos WSL: Charlotte O’Neill (Manchester City Women) e Maggie Murphy (Aston Villa Women) lideram operações com equipas técnicas e de direção também com mulheres; no West Ham, a vice-presidente Karren Brady mantém supervisão partilhada.
- Em Espanha, apenas clubes independentes têm CEO/GM dedicados ao feminino; até o FC Barcelona integra decisões e recursos do feminino na estrutura do clube.
E agora?
- Expectável aumento de cargos executivos dedicados ao feminino na Europa, com especialização comercial e de operações para crescer receitas autónomas.
- Liga F deverá evoluir para maior independência de governação (não confirmado quanto a prazos), aproximando-se do modelo WSL para competir por patrocínios globais e direitos de transmissão.