Fundo saudita avalia investimento em SAFs brasileiras

Relatos dão conta de contactos com Vasco, Santos, Bahia, Goiás, Grêmio e Fortaleza; parte das tratativas não está confirmada e detalhes financeiros não foram divulgados.

29 out 2025 • 07:42 • Leitura original: Jornal Opção (Herbert Moraes)
Fundo saudita avalia investimento em SAFs brasileiras — Jornal Opção (Herbert Moraes)

O que aconteceu

Reportagem do Jornal Opção afirma que o fundo público de investimento da Arábia Saudita, associado ao príncipe herdeiro Mohammad bin Salman, estuda formar um conglomerado de clubes no Brasil através de aquisições de Sociedades Anónimas do Futebol (SAF). Entre os visados estariam Vasco, Santos, Bahia, Goiás, Grêmio, Fortaleza e Atlético Paranaense. O Goiás disse ao jornal que "não há nada oficial" e que procura um investidor antes de vender controlo (não confirmado noutros meios). Fala-se ainda em conversas "avançadas" com o Santos e em interesse prévio do fundo em clubes europeus como Roma, Inter, Marselha e Valência.

Por Que Importa

  • Entrada de um investidor-Estado com histórico de grandes aportes pode alterar a concorrência por talentos e inflacionar salários e transferências no Brasil.
  • A conversão em SAF facilita operações de capital, saneamento de dívidas e investimentos em infraestrutura, potencialmente acelerando projetos de estádio, centros de treino e marketing.
  • A experiência na Arábia Saudita (controlo de 75% em quatro clubes locais) sugere uma estratégia de conglomerado, com ganhos de escala em scouting, patrocínios e plataformas de transmissão online (streaming) internacionais.
  • Risco reputacional e de dependência de capital externo: governança, compliance e escrutínio regulatório podem endurecer, especialmente em temas de multipropriedade e integridade competitiva.

Entre Linhas

  • Várias afirmações carecem de confirmação independente: “negociações avançadas” com Santos e Vasco e montantes de investimento não foram divulgados. Outros órgãos não repercutiram os mesmos detalhes até agora.
  • O eventual regresso de Neymar ao Santos como gatilho para investimento é mencionado como fator de atratividade, mas sem termos contratuais públicos.

Contexto

  • O Brasil já atraiu grupos globais: Red Bull no Bragantino e Grupo City no Bahia. A figura de John Textor no Botafogo ilustra o apetite norte-americano por ativos SAF.
  • No Médio Oriente, o fundo está ligado ao Newcastle e detém 75% em Al-Hilal, Al Ittihad, Al Nassr e Al Ahli, viabilizando contratações de alto impacto e crescimento de receitas comerciais.

E agora?

  • Se confirmadas, operações deste tipo exigem aprovação societária e regulatória, além de clarificação sobre multipropriedade na mesma liga.
  • Clubes citados poderão valorizar no curto prazo pela expectativa de capital, mas a sustentabilidade do modelo dependerá do retorno do investimento (ROI) via direitos de transmissão, bilhética, patrocínios e trading de atletas.

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