Caso 777 Partners expõe fragilidades no controlo financeiro do futebol europeu e sul-americano
Acusação federal nos EUA aponta fraude de 500 milhões de dólares ao cofundador Joshua Wander; tentativa de compra do Everton FC colapsou e vários clubes ficam em incerteza
O que aconteceu
A 777 Partners, firma de investimento sediada em Miami com participações em sete clubes internacionais, viu ruir a sua tentativa de comprar o Everton FC, após procuradores federais em Nova Iorque acusarem o cofundador e diretor financeiro, Joshua Wander, de fraude de 500 milhões de dólares. Documentos judiciais indicam falsificação de demonstrações financeiras, incluindo o envio a um credor de uma captura de ecrã manipulada para aparentar um saldo bancário de 8 milhões de dólares, quando a empresa teria menos de meio milhão e enfrentava risco de insolvência.
Por Que Importa
- Risco sistémico: expõe a fragilidade do escrutínio financeiro em aquisições e gestão de clubes, com estruturas acionistas opacas a entrarem no futebol com verificações insuficientes.
- Impacto competitivo: clubes sob a esfera da 777 podem enfrentar stress de liquidez e incumprimentos, afetando investimento em plantéis, salários e licenças competitivas.
- Governança e regulação: aumenta a pressão sobre ligas e federações para endurecer testes de proprietários e diretores, exigindo provas de fundos, auditorias e monitorização contínua.
- Mercado de transações: negócios pendentes e futuros poderão sofrer desvalorizações e atrasos, com maiores custos de financiamento e due diligence mais exigente.
Contexto
- A 777 Partners expandiu-se rapidamente com participações em clubes na Europa e na América do Sul; a estrutura de financiamento e os fluxos entre entidades do grupo já eram alvo de escrutínio (detalhes completos não confirmados).
- O colapso da compra do Everton surge num momento de necessidade de capital em vários clubes históricos, evidenciando a dependência do sector de investidores de alto risco.
E agora?
- Ligas podem reforçar requisitos: demonstração de prova de fundos segregados, limites a dívida intragrupo e auditorias independentes periódicas.
- Clubes ligados ao conglomerado devem preparar planos de contingência (renegociação de dívida, capitalização alternativa, governação interina) para mitigar ruturas operacionais.
- Esperam-se ações judiciais e potenciais vendas forçadas de ativos do grupo, com impacto na estabilidade desportiva e no valor de mercado das SADs envolvidas.