Huddersfield Town assume controlo do Accu Stadium e prepara projecto imobiliário de longo prazo
Kevin Nagle fecha aquisição do estádio e 53 acres em Huddersfield com um contrato de 300 anos; visão inclui hotel, eventos e aumento de receitas extra‑desporto.
O que aconteceu
O Huddersfield Town, da League One (terceiro escalão inglês), passou a controlar em exclusivo o Accu Stadium e os 53 acres envolventes através de um contrato de 300 anos, após acordo assinado no último mês (valor não divulgado). A operação encerra a estrutura tripartida com o Huddersfield Giants (rúgbi) e a Câmara de Kirklees. O proprietário Kevin Nagle, também sócio‑gerente do Sacramento Republic (Estados Unidos), vê o activo como âncora para um plano de regeneração com hotel, concertos e outros eventos.
Por Que Importa
- Propriedade do estádio permite diversificar receitas (concertos, conferências, restauração, hotelaria), reduzindo dependência de bilhética e vendas de jogadores.
- Maior controlo operacional facilita planeamento de longo prazo e conformidade com fair play financeiro (FFP), num contexto em que vários clubes venderam estádios para cumprir regras.
- O terreno de 53 acres cria margem para desenvolvimento imobiliário de uso misto, alinhado com o plano municipal ‘From Station to Stadium Enterprise Corridor’ de £1 mil milhão (€1,15 mil milhões).
- Tendência inversa no mercado inglês: depois de alienações para liquidez/FFP, alguns clubes voltam a recomprar os seus recintos; Huddersfield antecipa‑se e consolida o activo‑âncora.
Contexto
- Desde 1994, o estádio (ex‑Kirklees) era gerido pela Kirklees Stadium Development Ltd. com Town (40%), Câmara (40%) e Huddersfield Giants (20%). Os Giants usarão parte das receitas para um novo estádio de 8.000 lugares e permanecem no Accu em 2026.
- Nagle já investiu £4,9 milhões (€5,64 milhões) em remodelações internas (balneários, lounges, restaurante, fanzone e bar de 800 lugares) e rebranding das bancadas.
- Em paralelo, em Sacramento arrancou a obra de um estádio de US$175 milhões (€152,3 milhões) para o Sacramento Republic (capacidade 12.000, expansível para 20.000), com enfoque multi‑usos.
E agora?
- Estudam‑se opções para hotel (integrado no estádio ou edifício autónomo) e possíveis módulos portáteis para preencher cantos e aumentar a lotação (não confirmado).
- Agenda de eventos non‑matchday deverá intensificar‑se após o sucesso de concertos recentes, potenciando taxa de utilização e retorno do investimento (ROI).
- A materialização do masterplan será faseada (“slow build”), com horizonte de 5–10 anos para transformação do perímetro urbano.
Entre Linhas
- O preço do negócio é coberto por cláusula de confidencialidade; sem valor público, a avaliação do cap rate e do payback dos investimentos permanece não confirmada.
