Cofundador da 777 Partners, Josh Wander, acusado de fraude nos EUA
Procuradores em Nova Iorque alegam esquema para defraudar financiadores e investidores em quase $500 milhões; colapso do negócio com o Everton e pressões de liquidez expostas
O que aconteceu
Josh Wander, cofundador da 777 Partners (Miami), foi acusado por procuradores federais em Nova Iorque de fraude eletrónica e de valores mobiliários, alegadamente defraudando financiadores e investidores em quase $500 milhões. A acusação, divulgada quinta‑feira, sustenta que ativos no valor de mais de $350 milhões foram dados como colateral apesar de não pertencerem à 777 ou já estarem empenhados. Wander nega, qualificando o caso como “disputa comercial”. O grupo tentou comprar o Everton FC, operação que colapsou em junho de 2024.
Por Que Importa
- Risco reputacional e regulatório crescente para grupos multi‑clube: a 777 tem participações no futebol em Itália, Brasil, Bélgica, Alemanha, França e Austrália, o que pode afetar operações e aprovações futuras.
- Potencial impacto em financiamento de clubes: alegações de duplo empenho de colateral ($350M) e uso de “fundos obtidos fraudulentamente” podem fechar portas a crédito e parceiros financeiros.
- Sinal de escrutínio a modelos que usam ativos de seguros para financiar aquisições desportivas; supervisores em várias jurisdições já apertam o controlo.
- O fracasso na compra do Everton expôs vulnerabilidades de liquidez desde 2021, agravadas em final de 2023/início de 2024, com potenciais reflexos nas equipas do portefólio.
Contexto
- A 777 seguiu um modelo visto noutros gestores de ativos: captar capital barato via seguros e alocá‑lo a investimentos alternativos para maior retorno.
- Segundo a acusação, a 777 terá também usado fundos para despesas dos London Lions (basquetebol) e para uma posição minoritária no Sevilla FC.
- Em 2024, a Leadenhall Capital processou a 777 por alegado duplo colateral de $350M; o processo continua. A 777 negou.
E agora?
- Possível restrição de fluxos de financiamento e necessidade de reestruturação de dívida/ativos da 777 (não confirmado).
- Clubes ligados ao grupo podem enfrentar maior escrutínio de governança por ligas/federações e dificuldades em aprovações de transações futuras.
- Investidores e credores podem exigir garantias adicionais e auditorias forenses, elevando custo de capital para estruturas multi‑clube.