Premier League vota já em Novembro “teto salarial” ancorado — limite pode atingir €632 M

O que aconteceu

A Premier League vai votar a 21 de novembro a introdução de um “teto salarial” por ancoragem: cada clube só poderia gastar até cinco vezes o montante recebido em receitas de transmissão e prémios pelo último classificado. Com base em 2023/24, o limite seria cerca de €632 M (£550 M) em “custos de plantel” (salários de jogadores e treinador principal, amortizações de transferências e comissões de agentes). A medida funcionaria em conjunto com o novo rácio de custo de plantel, que limita a despesa a 85% da receita.

Por Que Importa

• Poderia comprimir a folha salarial da elite inglesa, reduzindo a capacidade de competir com Real Madrid, Barcelona, Bayern e Paris Saint‑Germain, com risco de perda de talento e de valor desportivo da liga.
• Menor poder de pagamento pode levar a desvalorização dos direitos de transmissão no médio prazo, com impacto em receitas domésticas e internacionais.
• Proposta inclui sanções automáticas: uma segunda infração acarretaria perda de 6 pontos, mais 1 ponto por cada €7,47 M (£6,5 M) de excesso — risco direto para a classificação e prémios de final de época.
• Pode desencadear litígios laborais: a Associação de Futebolistas Profissionais (PFA) vê a medida como um teto salarial “duro” e admite contestação em tribunal, elevando os custos legais já inflacionados da liga.

Contexto

• A ancoragem substituiria as atuais regras de lucro e sustentabilidade (perdas até €121 M (£105 M) em três anos) e seria apresentada como proteção “pré‑emptiva” da competitividade da liga.
• Clubes de Manchester opõem‑se; Sir Jim Ratcliffe, co‑proprietário do Manchester United, classificou a ideia de “absurda”, por limitar a competitividade europeia.
• Críticos argumentam que não há problema de competitividade no topo: quatro campeões diferentes na última década e várias corridas ao título decididas na última jornada.

Entre Linhas

• Efeito de arrastamento para a EFL (English Football League) é temido: uma ancoragem semelhante no Championship criaria um “cap” estimado em €46 M (£40 M), deixando clubes despromovidos em potencial incumprimento imediato e pressionando a eliminação dos pagamentos de paraquedas (não confirmado).
• A menor despesa poderia reduzir transferências internas entre Premier League e EFL, afetando o financiamento da pirâmide competitiva.

E agora?

• Um rascunho de 25 páginas já foi distribuído aos clubes. Se dois terços aprovarem, o modelo pode entrar em vigor já na próxima época.
• A Premier League não comentou até ao momento (valores não divulgados sobre eventuais ajustes finais da proposta).