UEFA pondera flexibilizar prazos nas regras de multipropriedade após caso Crystal Palace

Debate em torno do limite de 1 de março para provar independência entre clubes pode deslocar-se para junho, alinhando com os sorteios das competições europeias.

14 out 2025 • 08:41 • Leitura original: Calcio e Finanza / The Guardian (menção no artigo)
UEFA pondera flexibilizar prazos nas regras de multipropriedade após caso Crystal Palace — Calcio e Finanza / The Guardian (menção no artigo)

O que aconteceu

A União das Associações Europeias de Futebol (UEFA) está a avaliar ajustes às regras de multipropriedade, em particular o prazo-limite de 1 de março para os clubes demonstrarem independência acionista quando entidades relacionadas se qualificam para a mesma prova. A revisão, discutida na assembleia da European Football Clubs (EFC) em Roma, surge após o Crystal Palace ter sido despromovido da Liga Europa para a Liga Conferência em 2025/26 por não ter criado a tempo um “blind trust” (fundo cego) que separasse a influência de John Textor entre Palace e Olympique Lyonnais. O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) confirmou a decisão.

Por Que Importa

  • Ajustar o prazo para junho (coincidindo com os sorteios) pode evitar perdas de receitas europeias por incumprimento formal de calendários, mitigando riscos para clubes e investidores multi-clube.
  • Maior previsibilidade regulatória melhora o valor dos activos em grupos de multipropriedade e reduz litigância, custos legais e incerteza para patrocinadores e detentores de direitos.
  • A aplicação rígida atual já levou a exclusões e despromoções com impacto direto em prémios de participação, market pool e receitas de bilhética/transmissão.
  • Um modelo mais flexível pode tornar a Europa mais atrativa para capital internacional, mas exige salvaguardas para manter a integridade competitiva.

Contexto

  • O mecanismo usado para cumprir a regra tem sido o “blind trust” para uma das sociedades, prática vista antes em estruturas envolvendo clubes como Girona e Nice (associados, em momentos distintos, a grupos com Manchester City e Manchester United).
  • No caso Palace-Lyon, a UEFA entendeu que a influência de Textor era decisiva em ambos os clubes na data de corte. A posterior venda de 44,9% do Palace a Robert Wood Johnson ocorreu já depois da avaliação.
  • Outros afetados: Drogheda United (Irlanda) e Dunajská Streda (Eslováquia) foram excluídos da Liga Conferência por vínculos de propriedade a Trivela Group e ao empresário Oskar Világi (ligado ao Győri ETO), respetivamente.

E agora?

  • A UEFA avalia deslocar a data-limite para os primeiros dias de junho (não confirmado), alinhando-a com a fase de qualificação. Se avançar, clubes multi-propriedade terão mais tempo para ajustes societários e governança.
  • Continuará a prevalecer o critério de colocação no campeonato quando houver conflito entre clubes relacionados que se qualifiquem para a mesma competição, salvo nova alteração regulamentar (não confirmada).

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