Estudo aponta 27.440 mensagens de apostas no arranque da Premier League, pressionando regulação

Universidade de Bristol detecta média de 22 anúncios por minuto num jogo; quase metade ocorreu apesar da proibição “whistle‑to‑whistle”. Clubes enfrentam reconfiguração de patrocínios com a proibição nas frentes de camisola em 2026.

8 out 2025 • 08:46 • Leitura original: The Athletic
Estudo aponta 27.440 mensagens de apostas no arranque da Premier League, pressionando regulação — The Athletic

O que aconteceu

Um estudo da Universidade de Bristol contabilizou 27.440 mensagens de apostas no fim‑de‑semana de abertura da Premier League no Reino Unido (15–18 de Agosto), após monitorizar 29 horas de emissões em directo, canais desportivos, rádio e anúncios em redes sociais. No Wolverhampton–Manchester City foi registada uma média de 22 anúncios por minuto. Quase metade das mensagens surgiu durante a janela coberta pela proibição televisiva “whistle‑to‑whistle” (cinco minutos antes do pontapé de saída até cinco minutos após o fim), que visa restringir publicidade durante jogos em directo.

Por Que Importa

  • Pressão regulatória: a proliferação de marcas (43, +39% face ao ano anterior) reforça o argumento de que a autorregulação falhou, podendo acelerar regras estatais mais duras sobre publicidade e patrocínios no futebol.
  • Receita em risco: 11 de 20 clubes ainda têm casas de apostas como patrocinadores principais; a proibição de patrocinadores de apostas na frente da camisola entra em vigor na próxima época, abrindo um vazio comercial potencialmente de dezenas de milhões de euros por época (valores não divulgados).
  • Avaliação de inventário: com o “whistle‑to‑whistle” a falhar na prática, marcas deslocam investimento para suportes não abrangidos (equipamentos de treino, painéis LED, backdrops), aumentando saturação e reduzindo eficácia média por impressão.
  • Proteção de menores e risco reputacional: governos e ligas podem impor limites de visibilidade e horários, afectando CPM (custo por mil) e retorno do investimento (ROI) dos patrocinadores.

Contexto

  • Em 2023, os clubes da Premier League votaram banir patrocínios de apostas na frente de camisola a partir de 2026; entretanto, Nottingham Forest, Brentford e outros mantêm acordos activos (valores não divulgados).
  • A Premier League, EFL, FA e Women’s Super League adoptaram em Julho de 2024 um código de conduta para acordos com o sector do jogo, com directrizes sobre protecção de crianças e responsabilidade social.

Entre Linhas

  • A janela “whistle‑to‑whistle” limita anúncios televisivos, mas não cobre logos em estádios, equipamentos e entrevistas — hoje as principais fontes de exposição, deslocando o orçamento para activos de alta visibilidade dentro do jogo.
  • Saturação publicitária pode desvalorizar inventário: mais marcas a competir por “cada centímetro” reduz distinção e pode baixar preços por espaço em médio prazo.

E agora?

  • Clubes deverão diversificar carteira de patrocínios (tecnologia, finanças, consumo) e explorar costas da camisola, mangas e activos digitais para colmatar a saída das apostas.
  • Possível intervenção governamental (não confirmado) poderá impor limites quantitativos de exposição e novas regras de colocação, afectando contratos em vigor.

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