UEFA e Superliga aproximam posições para uma “nova” Champions a partir de 2027
Negociações discretas entre UEFA e A22 avançam em torno de governance, formato competitivo e modelo de transmissão directa ao consumidor.
O que aconteceu
UEFA e a A22 (veículo que representa a Superliga, apoiada por Real Madrid e Barcelona) realizaram nos últimos meses várias reuniões, incluindo em Nyon, para explorar um acordo que modernize a Liga dos Campeões sem criar uma competição paralela. Na sequência do acórdão do Tribunal de Justiça da União Europeia de dezembro de 2024, a A22 apresentou um pacote que mexe no formato (36 clubes, divididos em dois grupos por ranking) e numa nova plataforma de transmissão, visando implementação em 2027. Valores não divulgados.
Por Que Importa
- Direitos e distribuição: a proposta prevê a plataforma UNIFY, com jogos gratuitos financiados por publicidade geolocalizada e opção premium sem anúncios, redesenhando a cadeia de valor face aos actuais contratos de transmissão.
- Receitas dos clubes: mais jogos entre equipas de topo no “Grupo 1” podem elevar audiências e valorização comercial; o “Grupo 2” promete equilíbrio competitivo que sustente interesse e inventário publicitário.
- Governance e regulação: um entendimento reduziria o risco jurídico pós-acórdão TJUE e clarificaria regras de acesso (qualificação via ligas nacionais) e controlo organizativo.
- Calendário e ciclo comercial: alvo é 2027, alinhado com novo ciclo de comercialização de direitos da Champions, potencialmente afectando leilões nacionais e pan-europeus.
Contexto
- O conflito Superliga–UEFA remonta a 2021; o TJUE considerou ilícitas certas práticas de autorização exclusivas, abrindo espaço negocial.
- As reuniões teriam sido até sete, com envolvimento directo de Real Madrid e Barcelona, segundo Mundo Deportivo (não confirmado pela UEFA).
Números
- Formato proposto: 36 clubes qualificados via campeonatos; dois grupos: posições 1-18 (Grupo 1) e 19-36 (Grupo 2).
- Cada clube jogaria 8 partidas na fase inicial; os 8 melhores do Grupo 1 seguiriam directamente para os oitavos. Restantes vagas via classificações e eliminatórias intermédias.
E agora?
- A decisão final cabe à UEFA. Se validado, o desenho competitivo e o modelo UNIFY exigirão ajustes contratuais com detentores actuais de direitos e definição de partilha de receitas publicitárias e de subscrição.