Serie A pondera vender parte das receitas internacionais a fundos e fechar parceria de media
Liga italiana nomeia JP Morgan para avaliar criação de subsidiária de media, venda de participação minoritária e acordo estratégico com agência. Receitas atuais no exterior rondam €250M/ano.
O que aconteceu
A Serie A encarregou a JP Morgan de avaliar opções para os direitos de transmissão internacionais, incluindo a criação de uma subsidiária de media com venda de uma participação minoritária a capital de risco (private equity) e um acordo estratégico de longo prazo com uma agência de media desportiva. Entre as agências analisadas estão a Peak e a Iris Sport Media. A análise deverá ser apresentada aos 20 clubes até ao final do ano. A liga arrecada atualmente cerca de €250 milhões/ano no exterior.
Por Que Importa
- Caixa imediato: alienar parte das receitas futuras pode antecipar liquidez para clubes com necessidades de tesouraria, mas reduz fluxos futuros.
- Estratégia de crescimento: parceria com agência pode reforçar distribuição e marketing em mercados onde a Serie A perde terreno face à Premier League.
- Modelos testados: LaLiga e Ligue 1 já venderam fatias a fundos (CVC); resultados mistos levantam dúvidas sobre retorno do investimento (ROI).
- Governança e alinhamento: desenho do veículo de media e dos direitos de veto será crítico para evitar bloqueios como em 2021.
Contexto
- Em 2021, um consórcio liderado pela CVC Capital Partners ofereceu €1,7 mil milhões por 10% do negócio global de direitos; proposta chumbada por vários clubes.
- A JP Morgan já terá explorado antes soluções de financiamento para os direitos da Serie A, a par de fundos como Apollo Global Management e Carlyle Group (não confirmado o estado atual).
- No ciclo 2021-2024, a distribuição internacional (excluindo EUA e MENA) foi entregue à Infront por cerca de €139M/ano (valor reportado).
- A liga tinha meta de triplicar receitas internacionais até 2030; o diretor-executivo Luigi de Siervo admitiu mercado mais cauteloso, com operadores a investir menos.
Números
- €250M/ano: receitas internacionais atuais (Reuters).
- €1,7 mil milhões por 10%: oferta CVC em 2021 (bloqueada).
- €139M/ano: acordo internacional anterior com a Infront (2021-2024), excluindo EUA e MENA.
- Termos financeiros de eventual venda/participação com agências: valores não divulgados.