Marrocos acelera investimento para se afirmar como superpotência do futebol, mas enfrenta críticas internas

Infraestrutura de estádios, candidatura ao Mundial 2030 e política de bilhética colocam foco no retorno social e económico do plano estatal

26 dez 2025 • há 11 horas • Leitura original: The Athletic (via The New York Times)
Marrocos acelera investimento para se afirmar como superpotência do futebol, mas enfrenta críticas internas — The Athletic (via The New York Times)

O que aconteceu

Marrocos apresentou a sua nova infraestrutura desportiva na Taça das Nações Africanas (AFCON) 2025, com Ribate (Rabat) e Tânger no centro da operação. O país prepara-se para coorganizar o Mundial de 2030 e ergue o Grand Stade Hassan II (Casablanca), anunciado para 115.000 lugares (não confirmado), enquanto concentra decisões na capital. A estreia frente às Comores, em Rabat, registou 60.180 espectadores oficiais (capacidade superior) e críticas ao ambiente e à política de bilhética.

Por Que Importa

  • Estratégia de investimento estatal em estádios e centros media visa posicionar Marrocos como hub africano de eventos, com impacto em turismo, patrocínios e direitos de transmissão.
  • A concentração da seleção em Rabat, em vez de Casablanca — tradicionalmente mais fervorosa — pode afetar receitas de bilhética, consumo no estádio e valor de espetáculo para televisão.
  • Tensões sociais sobre prioridades orçamentais (saúde vs. estádios) elevam o escrutínio ao retorno do investimento (ROI) público e ao legado socioeconómico das obras.
  • Sinais de revenda e preços acima da capacidade de compra local ameaçam a acessibilidade, a ocupação média e a perceção de valor para patrocinadores.

Contexto

  • Marrocos foi semifinalista do Mundial 2022 e coorganizará o Mundial 2030, consolidando-se como anfitrião recorrente na região.
  • A liderança política (Rei Mohammed VI) é central no financiamento e branding dos projetos, reforçando alinhamento estatal, mas também a exposição a críticas sobre prioridades públicas.
  • Federação e organizadores foram elogiados por FIFA e Confederação Africana de Futebol (CAF) pela entrega de arenas “de classe mundial”, reforçando a capacidade de captação de grandes eventos.

Entre Linhas

  • A opção por Rabat pode reduzir “efeito casa” e intensidade nas bancadas, com potenciais impactos na performance desportiva e no produto televisivo.
  • O alegado desfasamento entre números oficiais de assistência e lugares efetivamente ocupados fragiliza métricas comerciais usadas em negociações de patrocínio e media.

E agora?

  • Ajustes à política de preços e combate à revenda serão críticos para maximizar ocupação, receita por jogo e experiência do adepto.
  • O calendário rumo a 2030 exigirá planos de legado (mobilidade, serviços, formação) para mitigar críticas e demonstrar ROI público sustentável.

Se o formulário não aparecer, subscreva diretamente aqui.

Sem spam. Pode cancelar quando quiser. Ao subscrever aceita os Termos de Utilização da Substack, a Política de Privacidade e o Aviso de recolha de informação.