Audiovisual em reconfiguração: como os gigantes dos média reposicionam o desporto

Possível acordo entre Netflix e Warner Bros. Discovery acelera a consolidação; direitos desportivos permanecem o activo premium do entretenimento

17 dez 2025 • 09:05 • Leitura original: Palco23 / Mundo Deportivo (por Andrés Tomás)
Audiovisual em reconfiguração: como os gigantes dos média reposicionam o desporto — Palco23 / Mundo Deportivo (por Andrés Tomás)

O que aconteceu

A disputa global pela emissão e transmissão audiovisual intensifica-se, com a eventual entrada da Netflix no perímetro de Warner Bros. Discovery a reordenar o setor. Entre os grandes grupos em jogo estão Netflix/Warner Bros. Discovery (HBO, Cartoon Network), The Walt Disney Company (Disney+, ESPN), Universal/NBC (Peacock) e Amazon MGM Studios (Prime Video). No centro da estratégia estão os direitos desportivos, desde Major League Baseball (MLB) e National Football League (NFL) até UEFA Champions League e Jogos Olímpicos. Valores exatos de vários contratos: valores não divulgados.

Por Que Importa

  • Direitos premium desportivos continuam a ancorar audiências em direto e receitas publicitárias; a NBC reportou cerca de 1.250 milhões de dólares em publicidade nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
  • Consolidação (ex.: eventual acordo Netflix–Warner Bros. Discovery) pode otimizar catálogos e reduzir custos de conteúdo, mas aumenta risco regulatório e pressão nas negociações com ligas e federações.
  • Plataformas de transmissão online (streaming) migram de documentários e conteúdos “shoulder” para direitos ao vivo (ex.: NFL às quintas na Prime Video, MLB na Netflix), elevando custos de aquisição e churn se a oferta for fragmentada.
  • ESPN (Disney) mantém vantagem competitiva com carteira global multidesporto, potenciando bundles com Disney+/Hulu e poder de fixação de preços nos pacotes de distribuição.

Contexto

  • Netflix terá investido cerca de 5.000 milhões de dólares/10 anos pelos direitos da WWE, sinalizando aposta em desporto de calendário regular e forte fidelização de fã-bases.
  • Amazon reforça desporto com NFL (quinta‑feira) e tentativas de jogos semanais da UEFA Champions League; em Itália já assegurou uma janela. Nos EUA disputa pacotes da NBA (negociações em curso, não confirmado).
  • Disney controla ABC e estúdios (Marvel, Pixar, Star Wars) e a ESPN, que detém direitos como MLB, NFL, Copa Libertadores e ténis em vários mercados.
  • Universal/NBC opera Peacock, Telemundo e canais temáticos; maximiza eventos de grande escala (ex.: Jogos Olímpicos) para picos de audiência e CPM (custo por mil) superiores.

E agora?

  • Se Netflix fechar acordo com Warner Bros. Discovery (não confirmado), espera‑se racionalização de marcas (HBO/Max) e negociação conjunta de desporto, aumentando o poder face a ligas.
  • A competição por pacotes parciais (jogo por jornada) deverá intensificar‑se na Champions League e NBA, elevando preços e exigindo modelos híbridos de distribuição (canal linear + streaming).

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