Arábia Saudita acelera talento local enquanto profissionaliza a Saudi Pro League
Mais estrangeiros elevaram a qualidade e os salários na SPL; desafio passa por converter esse ganho competitivo em minutos para Sub-23 sauditas rumo a 2034
O que aconteceu
A Arábia Saudita reforçou simultaneamente a qualidade da Saudi Pro League (SPL) com contratações internacionais e a via formativa com medidas como a Mahd Academy, liga Sub-21 de elite e idade mínima profissional reduzida para 16 anos. Apesar do apuramento consecutivo para o Mundial de 2026, os dados mostram poucos minutos para Sub-23 sauditas e um fosso competitivo face aos líderes asiáticos. O debate intensifica-se à medida que o país prepara a candidatura e o ecossistema rumo a 2034.
Por Que Importa
- Finanças e salários: a chegada de estrelas estrangeiras elevou a fasquia competitiva e exerce pressão ascendente nas estruturas salariais, com impacto em orçamentos e decisões de carreira dos jogadores sauditas.
- Desenvolvimento vs. resultado: clubes, sujeitos a maior exigência de resultados e visibilidade internacional, reduzem tolerância para dar minutos a jovens, afetando o retorno do investimento (ROI) das academias.
- Direitos e audiência: uma SPL mais forte aumenta exposição regional e global, potencializando receitas de transmissão e patrocínio, mas exige provas de via de talento doméstico para sustentabilidade.
- Regulação como alavanca: quotas estrangeiras (10 por plantel; 8 em ficha de jogo) e listas de jovens já moldam o mercado; incentivos a minutos Sub-23 podem alinhar competitividade com formação.
Números
- Em 2024/25, 41,7% dos minutos na SPL foram de jogadores sauditas; 7,3% dos minutos de Sub-23 sauditas — melhor que Serie A e Premier League, mas com margem de crescimento.
- Apenas 3 clubes dão >10% dos minutos a Sub-23 sauditas; Al Hilal (2%) e Al Nassr (3%) estão no fundo.
- Na seleção, 4 Sub-23 somaram em média 1.773 minutos/ano (menos de 20 jogos completos), sinalizando exposição limitada a nível sénior.
- A média etária da seleção foi 27,0 anos, mais de 2 anos acima do Japão; ranking FIFA entre os mais baixos dos 8 asiáticos já apurados para 2026.
E agora?
- Reequilíbrio interno: realocar parte dos minutos domésticos para perfis Sub-23, sem quebrar a competitividade imediata.
- Transferência de conhecimento: com 17/18 treinadores estrangeiros, assegurar que metodologias e processos ficam internalizados em staff e academias locais.
- Mecanismos de incentivo: bónus/regulação por minutos Sub-23 sauditas (não confirmado) pode acelerar a via competitiva sem desvalorizar a liga.
- Estratégia 2034: consolidar a SPL como plataforma de aprendizagem de alto nível em casa, evitando êxodos prematuros e garantindo massa crítica para a seleção.