Wolves arriscam desvalorização acentuada e exigem reestruturação de €290 M

Dependência de direitos de transmissão, perdas operacionais anuais e risco de descida colocam pressão em Fosun para capital novo ou desinvestimento.

3 dez 2025 • 10:31 • Leitura original: Sub-Prime Goals
Wolves arriscam desvalorização acentuada e exigem reestruturação de €290 M — Sub-Prime Goals

O que aconteceu

O Wolverhampton Wanderers (Wolves), propriedade da Fosun desde 2016, enfrenta a pior projeção de pontos da história da Premier League e um quadro financeiro frágil: perdas operacionais (antes de transações de jogadores) de €91–114 M (£80–100 M) por época, forte dependência de dívida para tesouraria e investimento limitado em infraestruturas (c. €28 M (£25 M) desde a chegada à Premier League). A descida ao Championship exigiria uma venda acelerada de ativos e lucros de transações de jogadores próximos de €114 M (£100 M) para cumprir regras de lucro e sustentabilidade.

Por Que Importa

  • Receitas fortemente expostas à emissão/transmissão: em 2023/24, o clube recebeu €151 M (£133 M) da Premier League; broadcasting representa 75% das receitas, acima dos pares não “Big-6” (70%).
  • Estrutura de custos não excessiva, mas base de receitas curta: matchday de apenas €18 M (£16 M) (9% do total) e comercial na ordem de €34 M (£30 M); o patrocínio frontal com a DEBET vale €11,4 M/ano (£10 M/ano) e será proibido a partir de 2026/27.
  • Constrangimentos regulatórios: proximidade aos limites de regras de Lucro e Sustentabilidade; no Championship, o teto de perdas permitidas é €14,8 M/ano (£13 M/ano), aumentando a necessidade de lucros com vendas.
  • Avaliação em risco: proposta de €455 M (£400 M) em out. 2025 pode cair até 85% com descida e reconfiguração do modelo de negócio.

Contexto

  • Desde 2016, a Fosun injetou €149 M (£131 M); apesar de 8 épocas na Premier League e presença europeia, acumulou €136 M (£120 M) de prejuízos subjacentes antes de impostos, financiados por dívida de terceiros.
  • Modelo de trading alavancado na Gestifute gerou >€171 M (£150 M) de lucros com vendas (ex.: Rúben Neves, Pedro Neto, Max Kilman, Matheus Cunha), mas com €23 M (£20 M) em imparidades e casos de margens baixas devido a valores contabilísticos elevados.
  • Estrutura desportiva em rotação (3.º diretor desportivo em 2025; saídas em cargos-chave) com custos diretos >€5,7 M (£5 M) no último ano; academia Categoria 1 com investimento de €11,4 M (£10 M) em 2019, mas 0 minutos na Premier League 2024/25.

Números

  • Investimento em infraestruturas desde a promoção: €28 M (£25 M); 93% do capex bruto foi para passes de jogadores.
  • Aumento de preços de bilhetes revertido após protestos: impacto perdido de €5,7 M (£5 M) (~3% das receitas).
  • Necessidade potencial de capital para transformação estrutural estimada em ≥€284 M (£250 M+) (não confirmado nos prazos).

E agora?

  • Sem subida de receitas próprias (estádio, comercialização, academia) e com restrições ao patrocínio de apostas, o clube precisará de vendas consistentes e/ou capital novo.
  • Se descer, exigirá desinvestimento imediato do plantel para cumprir P&S no Championship e reforço de liquidez; a Fosun admite vender uma participação minoritária, mas poderá não ser suficiente para um rebuild completo (não confirmado).

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