Real Madrid prepara ação de mais de €4 mil milhões contra a UEFA por bloqueio à Superliga
Clube sustenta perdas de €4,5–€4,7 mil milhões após decisões consideradas abuso de posição dominante; recurso da Uefa pode adiar indemnização
O que aconteceu
O Real Madrid vai intentar uma ação indemnizatória superior a €4 mil milhões contra a União das Associações Europeias de Futebol (Uefa), alegando perdas desde 2021, quando o organismo bloqueou a proposta da Superliga europeia. A decisão surge após o Tribunal Provincial de Madrid confirmar que a Uefa abusou da sua posição dominante ao vetar a competição. Documentos periciais encomendados pelo clube apontam para perdas entre €4,5 mil milhões e €4,7 mil milhões, contemplando receitas de bilhética, transmissão e comerciais. A Uefa admite recorrer para o Supremo espanhol, o que poderá atrasar qualquer pagamento.
Por Que Importa
- Uma eventual indemnização de múltiplos milhares de milhões de euros teria impacto direto no modelo de negócios da Uefa e no equilíbrio financeiro entre clubes e organizadores de competições.
- A disputa redefine o enquadramento concorrencial no futebol europeu: quem pode autorizar novas competições e em que condições, com efeitos na Liga dos Campeões e nas futuras janelas de receitas.
- A incerteza jurídica condiciona estratégias de patrocínio, direitos de transmissão e planeamento plurianual de clubes e broadcasters, aumentando o risco percebido por investidores.
- Se a Uefa recorrer, o timing de caixa para qualquer compensação ao Real Madrid fica adiado, afetando projeções de tesouraria e investimentos do clube.
Contexto
- O Tribunal de Justiça da União Europeia decidiu em dezembro de 2023 que a Uefa atuou de forma ilícita ao ameaçar sancionar clubes e jogadores que aderissem à Superliga.
- A proposta original previa 20 equipas com 15 membros permanentes, colapsando 72 horas após o anúncio devido à oposição de adeptos e decisores políticos.
- A A22 Sports Management rebatizou o projeto para “Unify League” em dezembro, defendendo agora um modelo aberto (detalhes operacionais não confirmados).
E agora?
- A Uefa afirma que as regras atuais para autorizar competições transfronteiriças são “objetivas, transparentes, não discriminatórias e proporcionais” e pondera recurso para o Supremo espanhol.
- Um recurso poderá suspender a tramitação de indemnizações até decisão final.
- A La Liga, via Javier Tebas, rejeita que o acórdão valide a Superliga; o conflito político-regulatório deverá intensificar-se na próxima época de negociação de direitos.