M&A no futebol europeu em 2025: menos mega-negócios, alcance mais global e domínio dos EUA
Football Benchmark regista 76 aquisições até outubro; Inglaterra lidera em volume, Itália segue, e transações divulgadas ficam abaixo dos picos recentes.
O que aconteceu
Entre janeiro e outubro de 2025, a Football Benchmark contabilizou 76 aquisições de clubes no futebol europeu. 72% envolveram posições maioritárias e 28% participações minoritárias. Inglaterra liderou em número de operações (20), seguida de Itália (14), com forte presença de investidores dos Estados Unidos. As maiores transações com valor divulgado incluíram o Crystal Palace FC (≈ €200 M), o RCD Espanyol (€130 M) e o Rangers FC (≈ €90 M), claramente abaixo dos máximos de anos anteriores.
Por Que Importa
- Menos mega-negócios e mais participações minoritárias, reforçando uma estratégia de retorno do investimento (ROI) faseado e de gestão de risco.
- Cresce a lógica de multi-clube, com aquisições em divisões inferiores a oferecer entradas mais baratas e sinergias de scouting e desenvolvimento.
- Capital norte‑americano mantém-se dominante (51% dos investimentos transfronteiriços), impulsionando avaliação de ativos e profissionalização de operações.
- Contexto regulatório e de direitos de transmissão influencia fluxos: França mais cautelosa; regras da UEFA e da FIFA sobre multi-propriedade moldam carteiras.
Números
- 76 transações totais; 55 com compradores estrangeiros (72%).
- Inglaterra: 20 operações; cerca de metade em clubes da 4.ª divisão ou abaixo.
- Maiores negócios divulgados: Crystal Palace FC ≈ €200 M; RCD Espanyol €130 M; Rangers FC ≈ €90 M; Real Valladolid (88%) ≈ €50 M.
- Comparação com picos recentes: Everton FC (2024) ≈ €480 M; negócios de 2022 (Chelsea FC, AC Milan) bem acima dos valores de 2025.
Contexto
- Inglaterra: vendas/parciais no Everton FC (minorias), Brentford FC (10% por valorização ≈ £400 M → €454 M), Brighton & Hove Albion FC (minoria por Paul Barber), e Crystal Palace FC (43% de John Textor para Woody Johnson). Resgates/aquisições em divisões inferiores como Reading FC e Leyton Orient FC; entradas de celebridades em Swansea City AFC.
- Itália: destaque para Hellas Verona FC (private equity dos EUA). Movimentos em AC Monza e Spezia Calcio.
- Espanha/Portugal (8 cada): RCD Espanyol (Velocity Sport), Mérida AD (Best Intentions/Brentford). Em Portugal, SL Benfica (entrada da Lenore Sports Partners), mudanças em Moreirense FC, CD Tondela e FC Penafiel ligados a carteiras multi-clube.
- Outros mercados: Rangers FC, Heart of Midlothian FC, HNK Rijeka, FC Viktoria Plzeň. França com atividade mais contida devido ao enquadramento de transmissões.
E agora?
- Expectativa de continuidade com fundos especializados (CVC Global Sport Group, Apollo Sports Capital, Avenue Sports Fund) e dossiês em curso como Sheffield Wednesday (não confirmado), projeto multi-clube da Fenway Sports Group (não confirmado) e possível interesse da Apollo Global Management no Atlético de Madrid (não confirmado).
- Regulamentação sobre multi-propriedade (UEFA/FIFA) e decisões nacionais, como o plano do México para 2027, tendem a reconfigurar carteiras globais.
- Futebol feminino acelera captação: investimentos em Chelsea Women, HB Køge Women, Bristol City FC Women, Montpellier HSC Féminines e Aston Villa FC Women sinalizam nova frente de crescimento.