FIFPRO denuncia excesso de jogos e falta de descanso: risco crescente para a saúde dos jogadores
Relatório aponta incumprimento generalizado dos 28 dias mínimos entre épocas e pré-épocas encurtadas; casos de 70+ jogos por atleta e viagens intercontinentais agravam cenário.
O que aconteceu
A FIFPRO, sindicato mundial dos futebolistas, divulgou o relatório anual Player Workload Monitoring denunciando que clubes de topo não estão a cumprir os 28 dias mínimos recomendados de descanso e de preparação entre épocas. No último Mundial de Clubes, nenhuma equipa respeitou o patamar; Chelsea e Paris Saint‑Germain deram 20 e 22 dias de pausa e apenas 13 e 7 dias de pré‑época, enquanto Real Madrid e Manchester City ficaram abaixo de três semanas em cada fase. A FIFPRO reforça riscos de queda de rendimento e lesões, ecoados por Darren Burgess, novo diretor de performance da Juventus, e por jogadores como Chris Wood.
Por Que Importa
- Risco de ativos: mais lesões significam desvalorização de passes, salários ociosos e indemnizações, com impacto direto no custo do plantel e no retorno do investimento (ROI).
- Calendário e receitas: a expansão de competições pressiona a integridade competitiva e pode reduzir qualidade de jogo, afetando audiência, patrocínios e direitos de transmissão.
- Governança: há um queixa formal da FIFPRO na Comissão Europeia por alegado abuso de posição dominante da FIFA (não confirmado o desfecho), podendo abrir porta a regulação do calendário.
- Gestão de performance: pré‑épocas encurtadas e ciclos de recuperação insuficientes comprometem métricas físicas e disponibilidade, elevando custos médicos e de seguros.
Números
- Recomendação: 28 dias de descanso + 28 dias de preparação entre épocas (não cumpridos pelas equipas analisadas).
- Exemplos: Chelsea (20 dias de pausa, 13 de pré‑época); PSG (22 e 7); Real Madrid e Manchester City: menos de 3 semanas em cada.
- Volume individual: Alessandro Bastoni, Fabián Ruiz e Federico Valverde com 70+ jogos em 2024/25; Achraf Hakimi com 69 e projeção de 74; Kim (Bayern) com 20 jogos consecutivos sem os 5 dias mínimos de recuperação.
- Comparação entre modalidades: finalistas da NBA com ~14 semanas de pausa; equipas das World Series (MLB) ~15 semanas.
Entre Linhas
- Clubes como Chelsea e PSG registaram listas extensas de lesionados, associadas pela FIFPRO ao congestionamento (correlação apontada; causalidade não confirmada).
- Jovens talentos com calendários inflacionados (ex.: Lamine Yamal) aumentam risco de burnout, com potenciais perdas de valor futuro.
- Impacto logístico: viagens intercontinentais (Oceânia, América do Sul) dificultam recuperação, mesmo em voos com camas.
- Termos financeiros ou compensatórios por incumprimento de diretrizes de descanso: valores não divulgados.
E agora?
- Possível escrutínio regulatório na UE ao papel da FIFA na calendarização (desfecho não confirmado).
- Clubes e ligas podem rever políticas de rotação, janelas de descanso e desenho de pré‑épocas para mitigar risco e proteger ativos.
- Sem dados adicionais (não confirmado) sobre mudanças imediatas no calendário do próximo ano.