FIFA avalia alargar Mundial 2030 a 64 seleções após pressão sul‑americana
CONMEBOL quer formato excecional no centenário, com grupos em Paraguai, Uruguai e Argentina; UEFA e CONCACAF contestam por risco de diluir qualificações e qualidade competitiva.
O que aconteceu
A FIFA discutiu em Nova Iorque uma proposta para ampliar o Mundial de 2030 para 64 seleções, apresentada por uma delegação sul‑americana que incluiu dirigentes da Confederação Sul‑Americana de Futebol (CONMEBOL), os presidentes do Paraguai e do Uruguai e responsáveis das federações de Argentina, Paraguai e Uruguai. A ideia, defendida como excecional para o centenário do torneio, prevê que cada um destes três países acolha uma fase de grupos. A decisão caberá ao Conselho da FIFA; valores não divulgados.
Por Que Importa
- Uma expansão para 64 equipas aumentaria jogos, janelas de transmissão e receitas de bilhética e patrocínio, mas também custos operacionais e complexidade logística, sobretudo num Mundial já repartido por seis países e três continentes.
- UEFA (União das Associações Europeias de Futebol) e CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas) alertam para a banalização da qualificação e potencial queda da qualidade desportiva—com impacto na audiência e no retorno do investimento (ROI) de patrocinadores e detentores de direitos.
Contexto
- O Mundial já vai crescer para 48 seleções em 2026 (EUA, Canadá e México). A proposta de 64 para 2030 seria “one‑off” (excecional, apenas nesta edição) para assinalar os 100 anos do torneio iniciado em 1930, no Uruguai.
- O plano atual de 2030 distribui o evento por Espanha, Portugal e Marrocos, com jogos inaugurais em Argentina, Paraguai e Uruguai. A CONMEBOL considera essa presença insuficiente e procura maior protagonismo.
- A rotação de confederações na organização pode limitar candidaturas futuras; um reforço de 2030 poderia compensar a menor probabilidade de voltar a acolher 2034 e 2038, embora a aplicação desta regra não esteja confirmada.
Entre Linhas
- A proposta tem apoio público de Gianni Infantino e do secretário‑geral Mattias Grafström no sentido de “ouvir todas as ideias”, mas sem compromisso. Detalhes de formato, calendário e partilha de receitas não foram divulgados.
E agora?
- O dossiê segue para debate no Conselho da FIFA. Caso avance, exigirá renegociação de calendários, contratos de transmissão e planos de mobilidade e segurança nos seis países atualmente previstos—e, possivelmente, nos três sul‑americanos para fases de grupos.