DAZN e RTVE impulsionam novo pico nos direitos desportivos: OTTs aproximam-se dos €12,5 mil M em 2025

O que aconteceu

Os direitos audiovisuais desportivos voltaram a escalar em 2025: os serviços over‑the‑top (OTT, plataformas de transmissão online) terão investido cerca de $10 mil milhões em conteúdos ao vivo e poderão atingir $12,5 mil milhões até final do ano. A DAZN reforçou carteiras em Serie A, Bundesliga, LaLiga, Premier League e NBA e, em Espanha, conquistou pela primeira vez a Liga ACB. A Ligue 1 lançou a sua própria plataforma e superou 600 mil subscritores nos primeiros dias. Em Espanha, a RTVE garantiu o Mundial 2026 por €55 M e, em seis meses, fechou um pacote próximo de €200 M incluindo Euro, Vuelta e modalidades olímpicas. A Fórmula 1 atrai interesse de Netflix e Apple (não confirmado), enquanto a UFC assinou um acordo de €7,7 mil M com a Paramount.

Por Que Importa

• Pressiona a inflação de direitos e reconfigura a distribuição entre televisões abertas, cabo e OTT, com impacto direto em receitas de clubes, ligas e federações.
• A aposta pública da RTVE eleva a concorrência doméstica em Espanha e pode servir de referência para negociações futuras na Península Ibérica.
• Modelos direct‑to‑consumer (D2C, venda direta ao consumidor) como o da Ligue 1 testam novas fontes de receita e controlo de dados de audiência, mas aumentam o risco de churn (rotatividade) e custos de aquisição.

Números

• $10 mil M em 2025 (projeção inicial de investimento OTT em desporto ao vivo), com potencial de $12,5 mil M até ao final do ano.
• €55 M pelo Mundial 2026 (RTVE, Espanha).
• ~€200 M: investimento agregado da RTVE em cerca de seis meses (Euro, Vuelta e outras propriedades).

• 600 mil subscritores: arranque da plataforma própria da Ligue 1.

• €7,7 mil M: contrato plurianual da UFC com a Paramount.

Entre Linhas

• O interesse de Netflix e Apple na Fórmula 1 não está confirmado em termos de valores, prazos ou territórios.
• Não foram divulgados preços específicos dos novos pacotes da DAZN em cada liga; impacto em assinaturas e churn dependerá de exclusividades e calendário.

E agora?

• Expectável maior fragmentação: mais plataformas, pacotes e janelas de transmissão, pressionando carteiras dos adeptos.
• Ligas poderão acelerar ofertas D2C para capturar dados e margem; reguladores podem escrutinar concentração e acessibilidade de eventos de interesse público.