Centralização divide: valor fixo opõe grandes e restantes clubes

Liga Portugal propõe 32,5% de valor fixo inicial na 1.ª Liga; vários emblemas reclamam 50% já no arranque. Aprovação final dependerá de Assembleia Geral.

5 dez 2025 • 09:30 • Leitura original: Record
Centralização divide: valor fixo opõe grandes e restantes clubes — Record

O que aconteceu

Na 16.ª Cimeira de Presidentes da Liga Portugal, no Porto (ontem), a chave de distribuição dos direitos audiovisuais dominou o debate. Vários clubes, com Nacional e Estrela da Amadora entre os mais vocais, pediram que o valor fixo pago a cada emblema represente já 50% da receita da 1.ª Liga. FC Porto e Sporting alinharam com a proposta da Liga: 32,5% fixo no arranque, com o restante repartido por mérito desportivo (44,2%), implantação social (14,3%), audiovisual (4%) e infraestruturas (5%), podendo o fixo crescer até 50% à medida que o bolo aumente. Benfica sublinhou que é quem mais arrisca perder e não aceita descer face ao cenário projetado. As decisões carecem de aprovação em Assembleia Geral.

Por Que Importa

  • A percentagem de valor fixo define previsibilidade de receita para clubes com menor audiência e patrocínios, afetando orçamentos, folha salarial e investimento em infraestruturas.
  • O modelo pretende reduzir assimetrias: de 1:14 atualmente para 1:4 num cenário de €300 milhões/ano, ou 1:7,5 com €225 milhões/ano; o fecho do valor de mercado será determinante para o retorno do investimento (ROI) de toda a Liga.
  • A resistência dos “três grandes” a um fixo de 50% imediato visa proteger receitas indexadas a audiência e desempenho, com impacto direto em contratos de patrocínio e negociação com operadores de transmissão.
  • A aprovação em AG é crítica: um impasse pode atrasar o calendário de centralização e a ida ao mercado, pressionando avaliações e condições com plataformas de transmissão online e televisões.

Contexto

  • O conselho de administração da Liga Centralização aprovou previamente o modelo proposto pela Liga Portugal (unanimidade, segundo dirigentes). Presidente Reinaldo Teixeira destacou clima “cordial” e existência de uma “chave de distribuição” e “valor de mercado a trabalhar”.
  • Consenso indicativo: mais de 90% da receita global para a 1.ª Liga; ~7,5% para a 2.ª Liga (potencial até 10%), sendo que no segundo escalão 70% seria distribuído de forma igual.

E agora?

  • A AG da Liga Portugal decidirá a chave final; persiste distância entre expectativas dos três grandes e da maioria dos clubes.
  • Debate sobre quadros competitivos: FC Porto e Benfica defenderam o fim da Taça da Liga; aventada uma eventual “Taça Ibérica” (não confirmado). Reformas profundas foram adiadas para não interferir com a centralização.

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