DAZN propõe à Serie A entrada no capital do grupo, à imagem do modelo NFL–ESPN
Plataforma quer reforçar a parceria com a Liga italiana oferecendo uma participação global no seu capital; operação seria inédita no futebol europeu e visa co-criação de valor.
O que aconteceu
A DAZN terá proposto à Liga Serie A uma participação acionista mínima no grupo, à escala global, inspirada no recente modelo entre a liga norte‑americana de futebol americano (NFL) e a ESPN. As conversas estão em fase inicial e os detalhes não estão confirmados. A oferta surge após a DAZN reforçar os seus direitos internacionais da Serie A (incluindo Reino Unido) e concluir operações corporativas de grande escala entre o final de 2024 e o início de 2025.
Por Que Importa
- Alinhamento de incentivos: com a liga como acionista, a DAZN e a Serie A partilhariam criação de valor em direitos, distribuição e receitas futuras.
- Potencial valorização: fixar hoje a avaliação pode permitir à Serie A capturar upside da expansão global da plataforma, cujo valor de mercado foi estimado em > 12 mil milhões de dólares (não confirmado oficialmente).
- Estratégia de direitos: o modelo aproxima o futebol europeu do caso NFL–ESPN, em que ativos media e participação acionista se cruzam, podendo influenciar futuras negociações de transmissão.
- Diversificação de receitas da liga: além das receitas clássicas de direitos, a Serie A passaria a ter exposição direta ao negócio de plataformas de transmissão online (streaming), mitigando risco de ciclo de direitos.
Contexto
- A DAZN fechou um acordo de cerca de 2 mil milhões de dólares para adquirir a Foxtel à News Corp (final de 2024) e recebeu investimento minoritário do fundo soberano saudita PIF via SURJ Sports Investments (início de 2025). A participação da SURJ não foi divulgada; fontes do setor apontam 5%–8% por ~1 mil milhão de dólares (não confirmado).
- A empresa caminha para 5 mil milhões de dólares em receitas em 2025 e aumentou o investimento nos direitos de LaLiga em Espanha.
Entre Linhas
- A ideia terá sido ventilada já no concurso recente de direitos da Serie A, antes dos negócios com Foxtel e PIF; com a nova estrutura acionista, a proposta ganha atratividade para a liga.
- Termos críticos — percentagem, governança, período de lock‑up, direitos preferenciais e eventuais contrapartidas em pacotes de transmissão — não foram divulgados.
E agora?
- Se avançar, o acordo exigirá aprovação dos clubes da Serie A e análise regulatória em matéria de concorrência e pluralidade nos media.
- Poderá criar precedente para outras ligas europeias negociarem combinações de direitos + capital com plataformas digitais.