Apostas no Brasil podem gerar €1,47 mil M em impostos em 2025, com patrocínios a clubes a liderar receitas

Estudo indica impacto fiscal e efeito multiplicador do setor regulado; casas de apostas são o principal financiador do futebol brasileiro

12 nov 2025 • 09:01 • Leitura original: Máquina do Esporte
Apostas no Brasil podem gerar €1,47 mil M em impostos em 2025, com patrocínios a clubes a liderar receitas — Máquina do Esporte

O que aconteceu

Um estudo da LCA Consultores e da Cruz Consulting, encomendado pelo Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) e pela Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), estima que o mercado brasileiro de apostas desportivas de quota fixa gere €1,47 mil M (R$ 9 mil M) em impostos federais e municipais até ao final de 2025. Desde a entrada em vigor da regulamentação (Lei nº 14.790/23) em janeiro de 2025, o setor aumentou investimento, emprego e patrocínios no futebol.

Por Que Importa

  • Patrocínio: 18 dos 20 clubes da Série A 2025 têm patrocinador-máster de apostas, somando €180 M (R$ 1,1 mil M) por época, em média 2,6x acima das receitas de prémios desportivos — fator crítico para a sustentabilidade financeira dos clubes.
  • Receita pública: a carga fiscal agregada inclui IRPJ, CSLL, PIS, Cofins, ISS e contribuição de 12% sobre o GGR (gross gaming revenue, faturação bruta menos prémios), reforçando o financiamento estatal.
  • Mercado e regulação: apesar da regulação, cerca de 50% das apostas permanecem na clandestinidade (outra pesquisa do IBJR/LCA), o que pressiona a canalização para o mercado legal e exige fiscalização eficaz.
  • Efeito económico: investimento próprio acumulado de €1,23 mil M (R$ 7,5 mil M) desde janeiro de 2025, com potencial de gerar €4,58 mil M (R$ 28 mil M) em procura adicional noutros setores.

Números

  • Faturação estimada das operadoras em 2025: €5,89 mil M (R$ 36 mil M).
  • Emprego: 10 mil postos diretos e 5,5 mil indiretos; salário médio de €1,15 mil (R$ 7 mil), com 63,8% acima de quatro salários mínimos.
  • Folha anual: €75,2 M (R$ 460 M) e €14,2 M (R$ 87 M) em encargos sociais.
  • Estrutura empresarial: empresas ativas passaram de 23 (2023) para 82 (2024), com polos em São Paulo, Pernambuco e Paraíba.

Entre Linhas

  • As casas de apostas são hoje a principal fonte de patrocínio do futebol no Brasil, superando consistentemente prémios desportivos — 11 clubes receberiam mais com patrocínios de apostas do que como campeões nacionais.
  • O IBJR e a ANJL defendem reforço de fiscalização e campanhas públicas para distinguir operadores legais dos clandestinos; alertam que aumentos de impostos poderiam reduzir a canalização (não confirmado).

E agora?

  • A Secretaria de Prémios e Apostas do Ministério da Fazenda afirma ter bloqueado em média 14 sites ilegais por dia nos primeiros oito meses de regulação; o setor pede medidas adicionais contra pagamentos a sites ilegais e uso de influenciadores.
  • Para clubes, manter e ampliar contratos com operadores licenciados torna-se prioritário para estabilizar receitas em 2025-26, enquanto perdurar a incerteza sobre a eficácia da repressão ao mercado ilegal.

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