Tribunal em Génova dá razão a gamer contra a Serie A em disputa sobre vídeos de golos “recriados”

Decisão cautelar de 2.º grau limita o alcance dos direitos audiovisuais da Liga Serie A sobre conteúdos gerados em videojogo

6 nov 2025 • 16:32 • Leitura original: Calcio e Finanza
Tribunal em Génova dá razão a gamer contra a Serie A em disputa sobre vídeos de golos “recriados” — Calcio e Finanza

O que aconteceu

O Tribunal de Génova confirmou, em 2.º grau cautelar, a vitória de um gamer contra a Liga Serie A, ao considerar legítima a partilha online de clipes que recriam, num videojogo, lances de jogos reais. A Liga alegava violação dos seus direitos audiovisuais; o tribunal entendeu que esses direitos não se estendem a ações virtuais, ainda que inspiradas em partidas reais, citando a proteção da liberdade de expressão (art.º 21 da Constituição italiana e art.º 10 da Convenção Europeia dos Direitos do Homem).

Por Que Importa

  • Delimita o perímetro dos direitos audiovisuais das ligas: conteúdos gerados em plataformas de jogo não são automaticamente abrangidos, reduzindo risco jurídico para criadores e plataformas.
  • Impacto em monetização digital: abre espaço para novos formatos de clipes “recriados” sem licenças, potencialmente pressionando o valor de pacotes de destaques oficiais.
  • Sinal para regulação e contratos: ligas podem procurar clarificar direitos em futuros acordos e, se necessário, impulsionar alteração legislativa para cobrir conteúdos virtuais.
  • Plataformas de partilha e editoras de videojogos ganham margem para estratégias de engagement com menor exposição a litígios (a decisão é cautelar, não definitiva).

Contexto

  • A Liga baseava-se na chamada “Lei Melandri”, que rege os direitos de transmissão em Itália; o tribunal considerou que uma extensão ao virtual exigiria mudança legislativa.
  • Os juízes sublinharam diferenças materiais entre o conteúdo virtual e o real (ex.: número e posição dos jogadores), afastando a equiparação direta.

E agora?

  • Espera-se que a Liga avalie recurso no mérito ou negocie novos termos com plataformas e criadores (não confirmado).
  • Possível tendência de outras ligas/países para testarem modelos contratuais que incluam conteúdos “inspirados” em jogos reais, para proteger receitas de clipes e destaques.

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