Netflix clarifica aposta no desporto: eventos em direto sim, “grandes pacotes” não
Plataforma de transmissão online privilegia eventos premium de grande audiência e afasta, para já, temporadas completas como a Liga dos Campeões
O que aconteceu
A Netflix detalhou a sua estratégia para direitos desportivos: priorizar grandes eventos em direto e evitar, por agora, pacotes sazonais extensos. Na chamada com analistas sobre o 3.º trimestre, Ted Sarandos, co‑diretor executivo (co-CEO), reconheceu o interesse em conteúdos desportivos ao vivo, numa altura em que aumentam os rumores sobre uma eventual entrada na Liga dos Campeões (não confirmado). O executivo salientou o caso Canelo–Crawford, descrito como o combate masculino de título mais visto do século, com 41 milhões de espectadores somando emissão em direto e diferido (+1), e Top 10 em 91 países.
Por Que Importa
- Estratégia orientada para picos de audiência: eventos únicos geram aquisição de clientes com menor compromisso de custos recorrentes face a temporadas completas.
- Controlo de orçamento e risco: Sarandos diz que o live é “uma pequena parte” da despesa em conteúdo e das 200 mil milhões de horas vistas, mas com impacto desproporcional em notoriedade e subscrições.
- Implicações para direitos: preferência por eventos pode fragmentar leilões e criar formatos à medida (finais, jogos de abertura, torneios curtos), pressionando os atuais detentores de direitos.
- Monetização e churn: impacto positivo na aquisição já observado; efeitos na fidelização permanecem “cedo para afirmar”.
Contexto
- Crescem rumores de interesse na Liga dos Campeões pela Netflix, mas a empresa afasta “grandes pacotes sazonais”. Uma eventual entrada poderia focar-se em partidas isoladas ou fases finais (não confirmado).
- A estratégia replica o caminho recente de plataformas tecnológicas: testes com eventos premium antes de compromissos plurianuais de alto custo.
Entre Linhas
- A referência pública a métricas (41 milhões; Top 10 em 91 países) visa reforçar o retorno do investimento (ROI) de eventos ao vivo e negociar posições em futuras conversas com ligas e promotores.
- Ao manter o live como parcela “pequena” do spend, a Netflix preserva flexibilidade para investir em ficção documental desportiva e em eventos sem mínimos garantidos demasiado onerosos.