CBF avança com Fair Play financeiro focado em gastos com plantel e dívidas de curto prazo
Modelo assenta em quatro pilares e pode limitar a folha do futebol a uma percentagem da receita; clubes da Série B já sinalizaram apoio.
O que aconteceu
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) prepara um sistema de Fair Play financeiro, assente em quatro pilares, com foco em limites de gastos do futebol e controlo de dívidas de curto prazo. Em discussão está a definição de um teto — percentagem da receita anual — para despesas com o plantel, bem como a fórmula do cálculo. A referência europeia é o limite de 70% da receita para gastos com futebol aplicado pela União das Associações Europeias de Futebol (UEFA). O modelo deverá ainda exigir uma trajetória para equilíbrio operacional ao longo do tempo e monitorizar passivos vencíveis em até 12 meses. Clubes serão formalmente apresentados ao regulamento; a Série B manifestou apoio. No topo da CBF, o projeto tem apoio declarado, mesmo perante possível resistência.
Por Que Importa
- Impõe disciplina orçamental: um teto de despesa ligado à receita limita aumentos salariais e contratuais insustentáveis.
- Melhora liquidez: foco nas dívidas de curto prazo reduz risco de incumprimento e pressões de caixa durante a época.
- Atratividade para investidores e patrocinadores: regras claras e métricas de sustentabilidade elevam a confiança e o retorno do investimento (ROI).
- Alinha o Brasil com padrões internacionais (UEFA), facilitando comparabilidade e potencial integração em mercados de transferências e licenciamento.
Contexto
- Tentativas anteriores de implementar Fair Play no Brasil foram travadas por resistência de parte dos clubes.
- Agora, a Série B sinaliza apoio; posições da Série A não foram detalhadas (não confirmado).
- A UEFA utiliza desde 2022 um teto agregado de custos de futebol a 70% da receita relevante, com transições faseadas.
E agora?
- Definição técnica do "que entra no cálculo": que receitas são consideradas e que custos contam para o teto (salários, amortizações, comissões, prémios).
- Calendarização de implementação faseada e eventuais sanções: multas, restrições de registo ou limites de plantel (não confirmado).
- Comunicação formal aos clubes e consulta para mitigar resistência, sobretudo na Série A.