Protestos na La Liga intensificam-se com jogo Barcelona–Villarreal marcado para Miami

Capitães coordenados pela AFE contestam a deslocalização para os EUA; transmissões televisivas alteram planos para limitar a exposição dos protestos.

19 out 2025 • 09:55 • Leitura original: BBC Sport (Tim Abraham, Paul Battison)
Protestos na La Liga intensificam-se com jogo Barcelona–Villarreal marcado para Miami — BBC Sport (Tim Abraham, Paul Battison)

O que aconteceu

Jogadores de várias partidas da La Liga ficaram imóveis durante os primeiros 15 segundos, no fim de semana, em protesto contra a decisão de levar o Villarreal–Barcelona para o Hard Rock Stadium, em Miami, a 20 de Dezembro. A ação, coordenada pela Associação de Futebolistas Espanhóis (AFE), envolveu jogos de clubes como Barcelona, Atlético de Madrid, Sevilha, Villarreal e outros. Algumas emissões televisivas evitaram mostrar o momento, focando o exterior do estádio ou planos fechados no círculo central.

Por Que Importa

  • Comercialização internacional: levar um jogo oficial para os Estados Unidos visa reforçar a presença da La Liga no mercado norte-americano e captar novas receitas de bilhética, hospitalidade e patrocínio, mas enfrenta forte resistência dos jogadores e de parte dos clubes.
  • Direitos de transmissão: a alteração dos planos de câmara para não mostrar o protesto revela a sensibilidade reputacional e potenciais tensões com operadores, marcas e audiências sobre transparência e narrativa do produto televisivo.
  • Governança e regulação: a AFE acusa falta de transparência e diálogo; exige uma “mesa negocial”. A Federação Espanhola (RFEF) aprovou a partida, e a Uefa terá dado aval “com relutância”, expondo fricções institucionais no enquadramento competitivo.
  • Integridade competitiva: críticos, incluindo elementos do Real Madrid, argumentam que jogar em terreno neutro distorce a competição, o que pode afetar valor desportivo e, por extensão, valuation de direitos e patrocínios.

Contexto

  • Prática em expansão: a Federação Italiana (FIGC) autorizou um jogo da Serie A entre AC Milan e Como em Perth, Austrália, sinalizando tendência de jogos oficiais fora do país para acelerar internacionalização.
  • Posições públicas: o presidente da RFEF, Rafael Louzán, classificou a medida como “boa para o futebol”; Joan Laporta (Barcelona) antecipa um “grande espetáculo”. Hansi Flick admitiu desagrado do plantel, mas acata a decisão. Xabi Alonso (Real Madrid) manifestou oposição.

Entre Linhas

  • Receitas e repartição: valores não divulgados para bilhética, patrocínios locais e ativação comercial nos EUA; a ausência de detalhes alimenta a crítica da AFE sobre “falta de transparência”.
  • Risco de precedente: se a operação em Miami for bem-sucedida, pode abrir porta a um pacote de jogos fora de portas, reconfigurando calendários, viagens e custos operacionais para clubes e adeptos.

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