Televisão do futebol belga em risco: clubes receiam suspensão de pagamentos da DAZN

O que aconteceu

A DAZN, detentora dos direitos de transmissão do futebol belga, ainda não fechou distribuição com os principais operadores — Proximus, Telenet e Orange/VOO — apesar do contrato de 84,2 M€ por época exigir presença em pelo menos dois operadores. A Autoridade Belga da Concorrência não vê, para já, conduta abusiva da DAZN. A plataforma tem pago a tempo desde o arranque da época (25 de julho), mas sinais recentes indicam possível mudança já no próximo mês, incluindo vontade de reabrir e baixar o valor contratual. A Pro League contactou os clubes para testar resiliência a um eventual não pagamento.

Por Que Importa

• Receitas de direitos representam em média 26,2% do orçamento dos clubes belgas; cortes teriam impacto imediato em tesouraria e planeamento de transferências.
• A ausência de distribuição nas telcos reduz alcance e valor comercial do produto, pressionando patrocínios e audiências em televisão e plataformas de transmissão online (streaming).
• O contrato prevê presença mínima em dois operadores; sem isso, a DAZN ganha margem para renegociação, podendo reconfigurar o preço de referência do mercado belga.
• A eventual entrada em bolsa da DAZN pode acelerar disciplina de custos e foco em rentabilidade, aumentando a probabilidade de revisão contratual.

Contexto

• O modelo de pagamento mudou: de ~40% adiantado até setembro para 12 mensalidades. Vários clubes subestimaram o impacto no fluxo de caixa.
• A Pro League enfrenta, em paralelo, contestação a uma reforma competitiva por parte de Gante, Lokeren, Seraing e Francs Borains, elevando a pressão sobre o CEO, Lorin Parys.

E agora?

• Se não houver acordos de distribuição, é expectável um pedido formal de renegociação por parte da DAZN (valores não divulgados).
• A Pro League prepara cenários de contingência, incluindo gestão de curto prazo de liquidez nos clubes e possíveis alternativas de distribuição (não confirmado).