Regulador suíço investiga tokens da FIFA trocáveis por bilhetes para o Mundial 2026

O que aconteceu

• A Gespa, autoridade suíça que supervisiona lotarias e apostas desportivas, abriu uma averiguação preliminar ao sistema de tokens em cadeia de blocos (blockchain) promovido pela FIFA, que permite a adeptos trocar esses tokens por bilhetes para jogos do Mundial 2026. A entidade quer determinar se a FIFA está a vender a possibilidade de ganhar bilhetes
• enquadrável como jogo/aposta
• e se cumpriu a regulamentação local, disse o diretor da Gespa, Manuel Richard, à Bloomberg.

Por Que Importa

• Um eventual enquadramento como jogo/aposta pode exigir licenças, regras de proteção ao consumidor e custos de compliance adicionais, afetando margens e calendário de vendas.
• O modelo pode influenciar a estratégia global de bilhética do Mundial 2026, com impacto em receitas primárias e no controlo do mercado secundário.
• A decisão suíça pode criar precedente regulatório para outros mercados europeus, aumentando o risco de fragmentação regulatória e custos de adaptação por país.
• Qualquer travão ao produto poderá afetar parceiros tecnológicos e acordos comerciais associados à emissão e distribuição dos tokens (valores não divulgados).

Contexto

• A FIFA tem testado modelos digitais para bilhética e envolvimento de adeptos, incluindo soluções em plataformas de transmissão online e ativos digitais; os tokens para o Mundial 2026 visam gerir escassez, autenticação e revenda controlada.
• A Suíça, sede de várias entidades desportivas, mantém um enquadramento rigoroso para produtos com elementos aleatórios ligados a prémios, aproximando-os de jogo regulado quando há pagamento e expectativa de ganho.

E agora?

• A Gespa irá avaliar a mecânica dos tokens (probabilidade de acesso, aleatoriedade, preço e reembolso). Se considerar “jogo”, a FIFA poderá necessitar de licença ou de ajustes ao produto para o mercado suíço.
• Dependendo do parecer, a FIFA poderá rever termos de venda, segmentar a oferta por jurisdição ou optar por um modelo não aleatório (garantia de bilhete) para reduzir risco regulatório (não confirmado).