Recordes de transferências no futebol feminino aceleram — e expõem fossos competitivos

A contratação de Grace Geyoro por €1,6M eleva a fasquia e evidencia a vantagem de WSL e NWSL face à Bundesliga alemã.

1 out 2025 • 08:10 • Leitura original: DW (Matt Pearson)
Recordes de transferências no futebol feminino aceleram — e expõem fossos competitivos — DW (Matt Pearson)

O que aconteceu

Grace Geyoro, internacional francesa, transferiu-se em setembro para as London City Lionesses por cerca de €1,6 milhões, estabelecendo o quinto recorde mundial de transferência feminina em 2025. A escalada de valores tem sido impulsionada por clubes da liga inglesa (WSL) e da liga norte‑americana (NWSL), deixando outras competições a reboque.

Por Que Importa

  • Aumento de receitas em bilhética, patrocínios e direitos de transmissão está a inflacionar honorários de transferências e salários no topo do mercado.
  • Concentração de talento em Inglaterra e EUA agrava o fosso competitivo e limita liquidez para clubes de ligas com menos recursos.
  • O efeito “estrela” nas redes sociais favorece ligas e marcas com maior alcance global, condicionando negociações comerciais e retorno do investimento (ROI).
  • Risco sistémico: crescimento rápido sem distribuição equitativa pode fragilizar mercados locais e reduzir a competitividade das provas europeias.

Números

  • Recorde atual: ~€1,6M por Geyoro (2025); em 2019, Pernille Harder custou €280 mil, superando o topo de €235 mil que vigorava desde 2002.
  • Bundesliga feminina (Alemanha): ~€5,2M/ano em transmissão e €5,5M do patrocinador‑título.
  • WSL (Inglaterra): ~€15M/ano em transmissão e >€17M do patrocinador‑título.
  • NWSL (EUA): ~€50M/ano em transmissão e ~€20M do patrocinador‑título (reportado).
  • Transferência recorde na Bundesliga: Lena Oberdorf para o Bayern em 2024 por €450 mil (bem abaixo do topo global recente).
  • Alcance digital (Instagram, jan.): Giulia Gwinn 632 mil; Leah Williamson 1,1M; Alex Morgan 9,9M. Seleções: Alemanha 468 mil; Inglaterra 2,3M; EUA 2,3M.

Contexto

  • Agentes e analistas apontam maturação do “ecossistema”: mais contratos longos e monetização via grandes eventos (Euro 2025), estádios cheios e acordos comerciais.
  • Persistem assimetrias estruturais: proprietários mais ricos na WSL/NWSL, médias de assistência superiores e maior exposição mediática. Modelos de redistribuição e limites de custos estão a ser discutidos em vários mercados (não confirmado).

E agora?

  • Clubes fora da WSL/NWSL precisam reforçar captação de receitas recorrentes (bilhética, patrocínio local/global, direitos), desenvolver talento e alavancar estrelas nacionais para crescer a audiência.
  • Falta transparência sobre comissões, duração contratual média e cláusulas — dados operacionais essenciais para avaliar sustentabilidade (valores não divulgados).

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