Relatório do CIES expõe fosso de investimento: Libertadores vale um sexto da Liga dos Campeões
Estudo aponta que os clubes mais ricos da Taça Libertadores investem, em média, 150 M€ nos plantéis, face a cerca de 955 M€ de emblemas de topo europeus como o Chelsea.
O que aconteceu
O Observatório do Futebol do Centro Internacional de Estudos do Desporto (CIES) publicou um estudo que compara o investimento em plantéis dos principais clubes da Taça Libertadores com os da Liga dos Campeões. Segundo o relatório, Flamengo, Palmeiras, Botafogo e River Plate registam um investimento médio de 149,7 M€, enquanto clubes de elite europeia, como o Chelsea, atingem cerca de 955 M€.
Por Que Importa
- A disparidade de investimento traduz‑se em diferenças na qualidade do plantel, profundidade do banco e capacidade de retenção de talento, com impacto direto em resultados desportivos e receitas futuras (prémios, bilhética, patrocínios e direitos de transmissão).
- O fosso limita a competitividade internacional dos sul‑americanos e reforça a atração da Europa e do Médio Oriente como mercados de destino para jogadores, pressionando salários e comissões.
Contexto
- A Liga dos Campeões distribui receitas muito superiores às da Taça Libertadores, tanto em prémios de desempenho como em mercados de direitos de transmissão. Isso alimenta ciclos de investimento mais robustos na Europa, com efeitos de rede sobre valorização de ativos (jogadores) e merchandising.
- Na América do Sul, a volatilidade cambial e restrições macroeconómicas reduzem o poder de compra em euros/dólares, agravando a diferença mesmo quando os orçamentos domésticos crescem.
Números
- Média de investimento em plantéis (Libertadores, topo): 149,7 M€.
- Referência europeia (ex.: Chelsea): ~955 M€ — cerca de 6x mais.
- Conclusão do CIES: a diferença financeira é estrutural e reflete‑se na competitividade internacional.
Entre Linhas
- O estudo não detalha, no excerto disponível, a metodologia (por exemplo, se inclui custos históricos de transferências, salários anuais ou valores contabilísticos de passes) — abrangência não confirmada.
E agora?
- Sem alterações nas fontes de receita da CONMEBOL e nos mecanismos de distribuição, é improvável reduzir o fosso. Estratégias possíveis incluem acordos comerciais regionais mais fortes, melhoria de plataformas de transmissão online próprias e políticas de retenção de talento via partilhas de mais‑valias e proteção cambial — eficácia não confirmada.