Justiça francesa autoriza LFP a desindexar e bloquear conteúdos piratas de Ligue 1 e Ligue 2
Decisão pioneira permite ação preventiva contra motores de busca e serviços IPTV ilegais; Europa e América Latina aceleram coordenação técnica e judicial contra a pirataria.
O que aconteceu
A Liga de Futebol Profissional francesa (LFP) obteve, pela primeira vez em França, o direito de atuar preventivamente contra a pirataria: a justiça autorizou medidas para desreferenciar em motores de busca e bloquear plataformas de transmissão online (streaming) e serviços IPTV que exibem sem direitos jogos da Ligue 1 McDonald’s e da Ligue 2 BKT. Valores não divulgados e calendário de implementação não confirmado.
Por Que Importa
A decisão reforça o arsenal legal das ligas para proteger receitas de direitos audiovisuais, base de financiamento de clubes e competições. Ao cortar o acesso na origem (desindexação e bloqueio), reduz-se a fuga de audiência e de assinantes dos operadores legítimos, preservando patrocínios, venda de bilhetes virtuais/pacotes e a valorização futura dos contratos de transmissão.
Contexto
Em Itália, a Serie A, em parceria com a Globant Sportian, relata o bloqueio de mais de 4.500 tentativas de pirataria por jornada, combinando inteligência artificial, monitorização em tempo real e cooperação com YouTube, TikTok e Meta. Na Argentina, uma operação judicial com apoio técnico de LaLiga, ALIANZA, Nagravisión e Telecom Argentina desmantelou uma rede global de IPTV ilegal com até 8 milhões de utilizadores pagantes, estimando-se um potencial superior a 20 milhões ao incluir utilizadores não pagos (não confirmado). Tendência comum: ação coordenada entre ligas, autoridades e plataformas tecnológicas.
Entre Linhas
O foco desloca-se da reação ao encerramento de sítios pirateados para a prevenção na “porta de entrada” (motores de busca, DNS/IP e lojas de apps). Contudo, a eficácia sustentada dependerá de ofertas legais mais acessíveis e claras (preço, usabilidade e disponibilidade), ponto reconhecido por vários intervenientes do setor.
E agora?
Espera-se que a LFP operacionalize ordens de desindexação e bloqueios dinâmicos, potenciando cooperação com motores de busca e ISPs. Outras ligas poderão replicar o modelo, integrando ferramentas anti-pirataria como Piracy Guard (IA) e war rooms técnicos-jurídicos para resposta rápida transfronteiriça.
