Almada troca Valladolid por Oviedo: multipropriedade e alianças empresariais impõem-se à lógica desportiva

Grupo Pachuca acelera a ida do seu treinador de confiança para a Primeira Divisão; saída facilitada pela proximidade estratégica com o Real Valladolid, propriedade da Ignite Sports.

17 dez 2025 • 09:06 • Leitura original: El Español (artigo de Guillermo Echeverría)
Almada troca Valladolid por Oviedo: multipropriedade e alianças empresariais impõem-se à lógica desportiva — El Español (artigo de Guillermo Echeverría)

O que aconteceu

Guillermo Almada deixou o Real Valladolid (Segunda Divisão) para treinar o Real Oviedo (Primeira Divisão), numa operação conduzida ao nível acionista. O Oviedo pertence ao Grupo Pachuca, que já tinha trabalhado com o técnico no México, e avançou para a mudança em plena época, após dois treinadores falhados. Apesar de o Valladolid pertencer à Ignite Sports, liderada por Gabriel Solares, a transferência foi viabilizada pela relação próxima entre ambas as direções. Valores não divulgados.

Por Que Importa

  • Evidencia o peso da multipropriedade e alianças estratégicas na gestão: a prioridade do grupo empresarial sobrepôs-se à estabilidade desportiva do Valladolid.
  • Reforça o uso dos clubes como ativos dentro de carteiras globais, otimizando posições na Primeira Divisão (maior audiência, patrocínios e receitas de transmissão) mesmo à custa de projetos da Segunda.
  • Cria um precedente regulatório: decisão entre “parceiros” sem proprietário comum direto, aproximando-se de práticas vistas em grupos multi-clube.
  • Impacto económico potencial: manter o Oviedo na Primeira significa proteger receitas de direitos televisivos e patrocínios substancialmente superiores às da Segunda; o Valladolid assume custos de transição técnica e risco sobre o objetivo de subida.

Contexto

  • Grupo Pachuca, liderado por Jesús Martínez, controla o Real Oviedo e já conquistou títulos no México com Almada (Pachuca), reforçando a lógica de confiança interna no ativo técnico.
  • Ignite Sports detém o Real Valladolid; apesar de proprietários distintos, há sintonia operacional que facilitou a saída de um treinador com contrato em vigor.
  • Situação desportiva: o Oviedo procura salvação na Primeira (terceiro treinador em cinco meses), enquanto o Valladolid tem como meta o regresso à elite.

Entre Linhas

  • A resolução “fluida” do contrato sugere acordo entre aliados para priorizar o clube de Primeira, mitigando fricções habituais e potenciais indemnizações (valores não divulgados).
  • A operação testará a aceitação dos adeptos: em Valladolid, sensação de projeto descabeçado; em Oviedo, dependência de favores empresariais externos.

E agora?

  • Se Almada garantir a permanência no Oviedo, o retorno do investimento (ROI) para o Grupo Pachuca será validado em receitas e valorização do ativo técnico.
  • A Segunda metade da época no Valladolid exigirá reconfiguração do projeto e possível aumento de custos (equipa técnica, eventuais comissões), com impacto no orçamento se a subida falhar.

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