Operação da Polícia Federal no Brasil abala Banco Máster e BRB e coloca patrocínios desportivos sob escrutínio
Liquidação do Banco Máster e afastamento do presidente do BRB criam incerteza sobre acordos com Flamengo, Palmeiras, CBAt e Stock Car; exposição financeira supera €13 M/ano
O que aconteceu
A Polícia Federal (PF) lançou a Operação Compliance Zero na terça-feira (18) no Brasil, mirando o Banco Máster e o Banco de Brasília (BRB) por alegadas fraudes com títulos de crédito. Daniel Vorcaro, dono do Máster, foi detido, e Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, foi afastado por 60 dias. Horas depois, o Banco Central liquidou o Banco Máster e a sua corretora, ativando a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos. A rede de patrocínios de ambas as instituições, com forte presença no desporto, ficou sob alerta.
Por Que Importa
- Risco de ruptura contratual: liquidação do Banco Máster e incerteza jurídica no BRB podem levar à reavaliação de contratos, cláusulas de moralidade e pagamentos em curso (valores não divulgados na maioria dos casos).
- Exposição relevante no futebol: a Fictor (parceira do Palmeiras e interessada na compra do Máster, vetada) compromete-se com €4,86 M/ano (R$ 30 M) no Palmeiras; impacto indireto não confirmado.
- No Flamengo, o BRB tem acordo até dez/2025 de €4,05 M/ano (R$ 25 M), somando €8,10 M (R$ 50 M) — visibilidade premium na clavícula da camisola.
- Efeito reputacional: investigações podem forçar auditorias adicionais de compliance, atrasar renovações e encarecer prémios de risco em novos patrocínios.
Números
- Cobertura do Fundo Garantidor: até €40,5 mil (R$ 250 mil) por investidor.
- Conglomerado Master: ativos de €13,99 mil M (R$ 86,3 bi) e depósitos cobertos de €10,08 mil M (R$ 62,2 bi).
- Fictor x desporto: CBAt com contrato até 2029 de €3,40 M (R$ 21 M) — cerca de €0,97 M/ano (R$ 6 M).
- Investimento de Daniel Vorcaro na SAF do Atlético-MG: cerca de €48,62 M (R$ 300 M) por 20,2% (participação minoritária).
Contexto
- A compra do Banco Máster pelo grupo Fictor foi vetada pelo Banco Central em setembro; com a liquidação, o negócio foi encerrado.
- O BRB sustenta um portefólio amplo no desporto: futebol (Flamengo e Real Brasília), ténis (CBT), automobilismo (CBA, naming rights da Stock Car), e parcerias internacionais (equipa Alpine de F1 e o piloto Gabriel Bortoleto). Entidades setoriais manifestaram confiança pública e esperam manutenção dos contratos.
E agora?
- Clubes e federações devem acionar cláusulas de proteção (compliance, material adverse change) e exigir garantias adicionais ou seguros de caução (não confirmado).
- Pagamentos e ativações precisam de monitorização mensal; atrasos poderão abrir portas a rescisões unilaterais por incumprimento.
- A eventual responsabilização de executivos pode desencadear revisões internas no BRB, com impacto no ritmo de ativações e renovações em 2025.