Inquérito da The Athletic expõe 47% de utilização de streams ilegais no futebol

Custo, blackout das 15h no Reino Unido e fragmentação de subscrições impulsionam a pirataria; modelo direto ao consumidor da Premier League só seria viável com preços baixos

17 nov 2025 • 08:49 • Leitura original: Adam Leventhal / The Athletic
Inquérito da The Athletic expõe 47% de utilização de streams ilegais no futebol — Adam Leventhal / The Athletic

O que aconteceu

A The Athletic divulgou os resultados de um inquérito a mais de 5.000 subscritores globais, após um episódio do seu podcast sobre pirataria: 47% admitiram ver futebol através de transmissões ilegais. Os métodos mais usados são sites, dispositivos como Fire Stick e serviços de IPTV, muitas vezes com redes privadas virtuais (VPN) para contornar restrições geográficas. Entre quem paga por pirataria, 20% gastam cerca de €68 (£60) por ano. A maioria acede sem hardware dedicado (67%).

Por Que Importa

  • Receita em risco: uma taxa de pirataria de 47% — mesmo num universo de leitores informados — sinaliza erosão de direitos de transmissão e pressiona avaliações futuras de contratos.
  • Fragmentação e preço: custos agregados e múltiplas subscrições alimentam a procura por alternativas ilícitas; desafia a estratégia de pacotes e de valorização de ligas e operadores.
  • Regulação e janelas: o bloqueio das 15h de sábado no Reino Unido surge como fator-chave; 64% querem o fim da regra, abrindo debate regulatório com impacto em audiências e receitas.
  • Direct-to-consumer (D2C): um serviço próprio da Premier League teria aceitação, mas a disponibilidade a pagar é baixa — a maioria quer menos de €11,32 (£10) por mês —, o que pode não cobrir o atual bolo de direitos.

Contexto

  • O dado de 47% excede referências citadas no documentário: YouGov Sport (9% dos adultos no Reino Unido usaram streams ilegais nos últimos seis meses) e Brand Finance (44% consideraram opções pirateadas no último ano).
  • A Amazon intensificou o bloqueio de aplicações ilegais nos seus dispositivos, algumas com software malicioso.

Números

  • 47% admitem uso de streams ilegais; maioria fá-lo há >5 anos.
  • 67% não precisaram de novo hardware para aceder a conteúdos não autorizados.
  • Motivações principais: custo, acesso a jogos das 15h (UK) e evitar múltiplas subscrições.
  • Entre quem só vê legalmente: 30% por razões morais; 20% por desconhecimento técnico; 18% por risco de roubo de dados.
  • 98% dizem não ter sofrido ataque informático — perceção que reduz a dissuasão.

E agora?

  • Ligas e operadores podem testar modelos mais simples e agregados, com preços de entrada mais baixos e opções por clube/jogo, mitigando incentivos à pirataria.
  • Reavaliação do blackout das 15h (UK) ganha tração, mas qualquer mudança deve ponderar impacto nas receitas do futebol de base e assistências nos estádios.
  • Reforço técnico: parcerias com fabricantes de dispositivos e medidas anti-IPTV, equilibradas com ofertas legais mais convenientes.

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