Pirataria em alta no Reino Unido e pressão para acabar com o blackout das 15h
Estudo com 2.000 adultos indica 4,7 milhões a ver desporto em streams ilegais em seis meses; 57% dos adeptos querem o fim da proibição de transmissões às 15h de sábado.
O que aconteceu
Um episódio especial do podcast The Athletic FC revelou que 9% dos adultos no Reino Unido recorreram a transmissão ilegal de desporto nos seis meses até outubro de 2025 — cerca de 4,7 milhões de pessoas — segundo inquérito da YouGov Sport. O futebol representou 78% desses consumos e 57% dos adeptos defendem o fim do blackout das 15h de sábado que impede emissões entre as 14h45 e as 17h15.
Por Que Importa
- Pressão sobre o modelo de direitos: o blackout das 15h, criado para proteger assistências nas divisões inferiores, é visto como motor de procura por streams ilegais, reduzindo o retorno do investimento (ROI) dos detentores de direitos.
- Fragmentação de subscrições (Sky Sports, TNT Sports e jogos adicionais no Prime Video) eleva o custo para o adepto e incentiva a pirataria, corroendo receitas de transmissão.
- Risco reputacional e de segurança: a Premier League alerta para fraude, roubo de dados e malware, elevando a exposição para marcas e patrocinadores associados a conteúdos oficiais.
- Custos de combate à pirataria em alta: na última época, a Premier League diz ter encerrado ou bloqueado 660.000 streams em redes sociais e sites, esforço que implica investimentos técnicos e legais.
Números
- 9% (4,7 milhões) viram desporto em streams ilegais; mais 200.000 do que há dois anos (8,7%).
- 9,7% “não sabe/não responde” (≈5 milhões), não contabilizando menores de 18 anos.
- Modalidades: futebol 78%, boxe 31%.
- Canais de acesso: sites não autorizados 42%; dispositivos tipo Fire TV/“firesticks” 31%; redes sociais 20%; pubs e bares 16%; VPN 15%.
- 77% dos adeptos querem ver jogos das 15h na televisão; 83% dos que vão regularmente ao estádio também.
Contexto
- O blackout foi concebido nos anos 60 e aplicado desde meados dos anos 80 no Reino Unido para proteger assistências locais.
- A Football Supporters’ Association (FSA) reconhece mudança gradual de opinião, citando preços “proibitivos” e necessidade de múltiplas subscrições.
- Crimestoppers reporta 5 milhões de utilizadores afetados por vírus/fraude/roubo de dados ligados a streams ilegais no último ano, apesar de dois terços dos inquiridos dizerem não estar preocupados.
E agora?
- Debate sobre revisão do blackout e possíveis modelos de pacote mais simples/abordáveis para reduzir pirataria (não confirmado).
- Maior coordenação entre detentores de direitos e plataformas para reforçar medidas anti-pirataria e melhorar a experiência oficial (qualidade, preço, conveniência).