Direitos TV na Bélgica: Pro League pode recusar DAZN e reabrir a porta a Telenet e Proximus
Falta de acordos de distribuição com dois operadores deixa a proposta de 84,2 M€ da DAZN em risco; liga pondera plano alternativo de canal próprio.
O que aconteceu
A meio de outubro, a DAZN informou a Pro League belga que não conseguiu garantir acordos de distribuição com, pelo menos, dois operadores tradicionais (Proximus, Telenet ou Orange/VOO), condição exigida no concurso que a própria DAZN venceu, avaliando os direitos em 84,2 M€ por temporada. Ativou-se então uma fase de negociação bilateral, prevista no caderno de encargos, com cerca de 20 dias. Caso não haja solução, segue-se um Comité de Mediação. No horizonte, a liga avalia dizer “stop” à DAZN e considerar alternativas, incluindo um canal próprio (não confirmado) e/ou reaproximação a Telenet e Proximus.
Por Que Importa
- A ausência de acordos com telcos compromete a distribuição massiva e, por extensão, a audiência e receitas de assinaturas e publicidade.
- A revogação do acordo colocaria em causa os 84,2 M€/época, forçando a liga a renegociar em baixa ou a assumir maior risco operativo.
- Um canal próprio exigiria investimento inicial, custos de produção e distribuição e um modelo de preço competitivo face aos pacotes dos operadores — com risco de quebra de penetração no curto prazo.
- Telenet/Proximus poderiam recuperar poder negocial e impor condições mais rigorosas (garantias mínimas, partilha de risco), pressionando as finanças dos clubes.
Entre Linhas
- A Pro League usará o Comité de Mediação como alavanca negocial para extrair compromissos de distribuição da DAZN ou melhorar termos com os operadores.
- O canal próprio surge mais como plano B tático do que como estratégia consolidada; detalhes de financiamento, produção e marketing estão (não confirmados).
E agora?
- Se a mediação falhar, a liga terá de decidir entre: relançar conversas com Telenet/Proximus; avançar com um modelo direto ao consumidor; ou um pacote híbrido (não confirmado).
- Clubes devem preparar cenários orçamentais conservadores para 2025-26, face à incerteza sobre o fluxo de direitos de transmissão.