Cripto no desporto: patrocínios milionários entre ambição e escrutínio

Crypto.com, Bybit e outras plataformas aumentam exposição em futebol, Fórmula 1 e UFC, enquanto reguladores apertam vigilância. Acordos somam centenas de milhões, mas casos de incumprimento levantam alertas.

29 out 2025 • 07:42 • Leitura original: Palco23 / Mundo Deportivo (Andrés Tomás)
Cripto no desporto: patrocínios milionários entre ambição e escrutínio — Palco23 / Mundo Deportivo (Andrés Tomás)

O que aconteceu

Plataformas de criptoativos como Crypto.com, Bybit, Binance, WhiteBIT e Kraken intensificaram desde 2021 a aposta em patrocínios desportivos de topo, dos Los Angeles Lakers (naming rights) à Fórmula 1 e à Ultimate Fighting Championship (UFC), e agora no futebol europeu (FC Barcelona, Atlético de Madrid, Juventus). Em Espanha, a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) avisou em 2022 que iria vigiar a promoção de cripto em eventos desportivos. O ciclo inclui acordos de grande escala e episódios de rutura, como o conflito do Inter de Milão com a DigitalBits por alegados incumprimentos.

Por Que Importa

  • Novas receitas: clubes e competições encontraram nas cripto um fluxo de patrocínios de alto valor após a queda das receitas de dia de jogo pós‑pandemia.
  • Risco regulatório: reguladores (ex.: CMVM) reforçam vigilância para proteger aforradores, podendo restringir publicidade e formatos de parceria.
  • Dependência de contrapartes: casos como Inter vs. DigitalBits revelam risco de incumprimento de pagamentos, com impacto em caixa e reputação.
  • Estratégia de marca: as plataformas compram exposição global (direitos de nome, mangas/camisolas, ativações digitais), procurando adoção massiva e credibilidade.

Números

  • Crypto.com pagou 700 milhões de dólares por 20 anos de naming rights do pavilhão dos Los Angeles Lakers (≈35 milhões/ano).
  • UFC: acordo de 10 anos / 175 milhões de dólares com Crypto.com, incluindo presença na indumentária.
  • Fórmula 1: parceria global com Crypto.com (5 anos, >100 milhões de dólares) e naming rights do Grande Prémio de Miami.
  • Red Bull Racing–Bybit: 150 milhões de dólares (desde 2022).
  • Inter–DigitalBits: contrato anunciado de 85 milhões de euros; litígio por 30 milhões de euros após alegados impagos (2023).
  • Juventus–WhiteBIT: cerca de 5 milhões de euros/época (não confirmado oficialmente).

Contexto

  • Futebol: WhiteBIT (parceiro global do FC Barcelona), Kraken na manga do Atlético de Madrid (2024‑2025), Juventus com WhiteBIT; a UEFA fechou com Crypto.com para a Liga dos Campeões (2024‑2027) e Supertaça, primeiro parceiro de cripto da competição.
  • Reguladores: a CNMV anunciou vigilância a campanhas que possam financiar clubes/organizações e considerou nova regulação (não implementada).

E agora?

  • Espera‑se maior due diligence e cláusulas de garantia/escrow em contratos com cripto.
  • A evolução regulatória na UE e em mercados-chave poderá ditar formatos publicitários, abrangência digital e requisitos de transparência das plataformas.

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