Clubes da Série B pedem à CBF retoma comercial; adiantamento extra de €400 mil por equipa

Sob pressão financeira, 20 clubes solicitam que a CBF reassuma a negociação da Série B. Entidade promete €50,0 M em 2024 e um piso de €1,92 M mensais em 2025, enquanto acordo LFU/Libra não convence.

23 out 2025 • 15:31 • Leitura original: UOL (Rodrigo Mattos, Igor Siqueira)
Clubes da Série B pedem à CBF retoma comercial; adiantamento extra de €400 mil por equipa — UOL (Rodrigo Mattos, Igor Siqueira)

O que aconteceu

Os 20 clubes da Série B do Brasil formalizaram um pedido para que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) volte a gerir a componente comercial da competição, após quebra de receitas sob a negociação conjunta da Liga Forte União (LFU) e da Libra. A CBF anunciou um apoio imediato de €400 mil (R$ 2,5 milhões) por clube até ao final do ano, totalizando €8,00 M (R$ 50 milhões), e garantiu para 2025 um piso de €1,92 M/mês (R$ 12 milhões/mês) para o conjunto da prova, com objetivo de renegociar contratos e elevar valores.

Por Que Importa

  • Receitas em queda: o pacote atual negociado por LFU/Libra soma cerca de €27,2 M (R$ 170 milhões), abaixo dos €38,43 M (R$ 240 milhões) garantidos anteriormente via CBF, pressionando tesourarias.
  • Distribuição líquida baixa: clubes reportam encaixe líquido de €960 mil–€1,12 M (R$ 6–7 milhões), insuficiente face a custos de plantel e deslocações, elevando risco de incumprimento.
  • Intervenção da CBF repõe um “colchão” financeiro: o adiantamento extraordinário e o piso de 2025 podem estabilizar caixa e reduzir dependência de adiantamentos onerosos.
  • Impacto estratégico: a reentrada da CBF fragiliza o projeto de liga unificada LFU/Libra, sobretudo no eixo Série B, e pode reconfigurar o poder de negociação de direitos.

Contexto

  • A LFU e a Libra uniram-se para vender direitos da Série B 2025; a agência Peak conduziu a concorrência. O contrato âncora com a ESPN foi fechado por €8,01 M (R$ 50 milhões), além de patrocínios/placas.
  • Clubes da LFU cederam parte dos direitos de transmissão à LCP (investidora da Liga), criando amarras contratuais que dificultam uma transição imediata para a CBF (alguns clubes admitem revisão prévia dos contratos).

Entre Linhas

  • A carta dos clubes menciona desequilíbrio por excesso de gastos competitivos, ausência de fair play financeiro e receitas aquém do esperado — sinal de que a crise é tanto de receita como de disciplina orçamental.
  • A CBF condicionou ajuda à retoma do controlo comercial, sugerindo que vê margem para elevar valores de transmissão e patrocínio sob um modelo centralizado.

E agora?

  • Mais de metade dos clubes terá assinado para a CBF reassumir a parte comercial (não confirmado). O Athletico-PR indicou analisar vínculos antes de decidir.
  • Se a CBF renegociar com piso garantido, LFU/Libra poderão perder tração e alavancagem em futuras vendas, redesenhando o mercado de direitos no Brasil.

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