Governo brasileiro recua e mantém imposto sobre apostas em 12% no GGR
Retirada do aumento para 18% alivia pressão sobre o mercado legal e preserva patrocínios desportivos — votação decisiva até 8 de outubro
O que aconteceu
O Governo Federal do Brasil recuou à última hora e retirou da Medida Provisória (MP) o aumento do imposto sobre a receita bruta do jogo — Gross Gaming Revenue (GGR) — das casas de apostas, que passaria de 12% para 18%. A decisão, fechada a 7 de outubro numa reunião com o relator Carlos Zarattini, o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o presidente da Comissão de Orçamento Hugo Motta, será agora votada em plenário na Câmara dos Deputados e no Senado até 8 de outubro. Mantém-se, assim, a taxa de 12% sobre o GGR.
Por Que Importa
- Evita pressão adicional sobre a rentabilidade das operadoras legais, reduzindo o risco de fuga para plataformas não reguladas e protegendo a base fiscal a médio prazo.
- Preserva o ecossistema de patrocínios desportivos no Brasil, já que um salto para 18% poderia cortar investimento em clubes, ligas e media.
- Dá previsibilidade regulatória num mercado em consolidação, favorecendo planeamento de marketing e acordos plurianuais.
- O Governo perde uma parcela da meta de arrecadação prevista até 2026, o que pode reabrir debate sobre outras vias de receita pública (não confirmado quais alternativas).
Contexto
- A MP era uma resposta à tentativa falhada de aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF); o Executivo projetava arrecadar cerca de €3,29 mil M (R$ 20,5 mil M) até 2026 com o pacote inicial.
- O parecer também manteve a isenção de Imposto de Renda para Letras de Crédito Agrícola (LCAs) e Imobiliárias (LCIs), contrariando a proposta de aplicar 5%.
Entre Linhas
- O recuo reflete a pressão coordenada do setor de apostas, que alertou para perda de competitividade do mercado legal e risco de migração para operadores não licenciados.
- Sem o aumento no GGR, é provável a manutenção de níveis atuais de patrocínio a clubes e competições no curto prazo; revisões contratuais poderão ser suspensas.
E agora?
- A MP precisa de aprovação nas duas casas até 8 de outubro; se caducar, volta-se ao quadro anterior e parte das alterações cai por terra.
- Operadoras e clubes deverão usar a janela de estabilidade para fechar renovações e ajustar contratos de exposição (frente, costas da camisola, mangas) antes da próxima época.