Ligue 1 vira-se para plataforma própria e supera 1 milhão de assinantes em um mês
Após anos de rutura com operadores e leilões falhados, a LFP lança uma OTT a €14,99/mês que ultrapassa metas e sinaliza novo modelo para direitos audiovisuais.
O que aconteceu
A Ligue de Football Professionnel (LFP) enfrentou quatro anos de impasse nos direitos televisivos, desde o colapso do acordo com a Mediapro em 2021 até à rutura com a Canal+ e negociações falhadas com Amazon, Dazn e BeIN Sports. Em 2025, avançou com uma plataforma própria de transmissão online (plataforma de transmissão online, OTT) por subscrição mensal de €14,99 para todos os nove jogos por jornada. Em apenas um mês, superou 1 milhão de assinantes, com projeção interna de chegar a 2,2–2,5 milhões no horizonte de quatro anos e receitas agregadas estimadas em €350 milhões até 2028 (metas internas, não confirmadas externamente).
Por Que Importa
- Monetização direta: a LFP reduz a dependência de operadores e captura margem de distribuição antes entregue a canais e intermediários.
- Estabilidade de caixa: a base de assinantes recorrente mitiga o risco de incumprimentos como o da Mediapro e mudanças unilaterais de operadores.
- Poder negocial: uma OTT com escala própria melhora o posicionamento em futuras vendas híbridas (direitos diretos + sublicenções).
- Efeito demonstração: o sucesso inicial pode acelerar modelos de autogestão de direitos noutras ligas europeias.
Contexto
- 2021: Mediapro falha pagamentos de €172,3M (outubro) e €152,5M (dezembro) da época 2020-21; acordo de saída por €100M.
- Solução interina: Canal+ assegura o remanescente de 2020-21; posteriormente entram em cena Amazon, Dazn, BeIN Sports e até Apple (interesse, não confirmado).
- 2025: acordo LFP–Dazn por cinco anos termina ao fim de uma época por divergências; direitos voltam ao mercado e a LFP avança para a OTT própria.
Números
- Preço mensal: €14,99 por acesso aos 9 jogos/jornada.
- Base inicial: >1 milhão de assinantes em 1 mês; objetivo interno de 2,2–2,5 milhões em 4 anos.
- Projeção de receitas: €350M até 2028 (não confirmado por auditoria externa).
E agora?
- Escalar e reter: o desafio passa por churn e conversão anual, mantendo qualidade de produção e usabilidade.
- Estratégia híbrida: possibilidade de parcerias de distribuição com operadores para ampliar alcance sem ceder controlo editorial.
- Comercial: novas linhas de receita em publicidade programática e patrocínios dentro da plataforma, com baixa exposição reputacional se bem segmentados.