Levante UD propõe reestruturar €71M para evitar insolvência e manter-se na Primeira Divisão
Plano de viabilidade entregue em março aguarda decisão do Juzgado Mercantil; credores exigem capitalização de €15M por José Dánvila e compromisso de gestão por 10 anos
O que aconteceu
O Levante UD apresentou em março de 2025 um plano de viabilidade ao Juzgado de lo Mercantil nº1 de València para reestruturar €71 milhões de dívida e evitar a insolvência. O presidente e principal acionista, José Dánvila, afirmou que, se o tribunal não aprovar a proposta, o clube “está abocado ao concurso”. Entre as condições colocadas pelos credores estão a capitalização de €15 milhões já emprestados por Dánvila, a sua permanência na gestão por 10 anos e um lugar de observador no conselho. Este verão, o clube apresentou ainda um aval de €5 milhões junto de LaLiga para permitir inscrições e renovações contratuais.
Por Que Importa
- Permanecer na Primeira Divisão é crucial para maximizar receitas de transmissão e gerar fluxo de caixa suficiente para amortizar a dívida; a Segunda tornaria o serviço da dívida “praticamente impossível”.
- A maior credora, Rothschild & Co (EDR), detém €33M ligados à nova cidade desportiva, com €12,5M vencidos e garantias hipotecárias sobre o estádio e o complexo de Buñol, elevando o risco de execução se o plano falhar.
- O fundo OLB ameaçou requerer o concurso após €17M não pagos, hoje €17,7M com juros; o clube recorreu a um empréstimo ponte de €5,5M da Tyfosy para cumprir salários, sinalizando pressão de tesouraria.
- A exigência de Dánvila converter dívida em capital e manter-se 10 anos na gestão alinha incentivos e reduz alavancagem, mas concentra a governação num único investidor.
Números
- Dívida total a reestruturar: €71M.
- EDR/Rothschild & Co: €33M (hipoteca sobre estádio e Buñol; €12,5M vencidos).
- OLB: €17,7M (principal + juros).
- Empréstimo ponte Tyfosy: €5,5M.
- Capitalização exigida a Dánvila: €15M; aval adicional: €5M.
E agora?
- Decisão do Juzgado de lo Mercantil nº1 de València determinará se avança a reestruturação ou se o clube entra em concurso.
- Em caso de aprovação, o cumprimento dependerá da manutenção na Primeira Divisão e da execução do plano operacional e de receitas (valores detalhados não divulgados).
- Dánvila diz procurar um “companheiro de viagem” para partilhar a carga financeira; eventual entrada de novo investidor (não confirmado) poderá alterar a estrutura de capital e governação.