CDP avalia plafond de factoring para a Serie A para aliviar tesouraria dos clubes
Operação ainda em definição e com montante não confirmado visa otimizar a gestão financeira da liga italiana e das suas associadas.
O que aconteceu
A Cassa Depositi e Prestiti (CDP), instituição financeira pública italiana, propôs e está a estudar a criação de um plafond dedicado a operações de factoring para a Lega Serie A. As conversas decorrem há várias semanas, com o valor total do plafond ainda não confirmado. A iniciativa pretende otimizar a gestão financeira da liga e dos clubes associados, envolvendo também outros intermediários financeiros.
Contexto
Nos últimos meses, a CDP lançou um “Plafond Factoring” de 1.000 milhões de euros para apoiar necessidades de capital circulante de pequenas e médias empresas (PME) e empresas de média capitalização (Mid-cap), através de financiamento de curto prazo em factoring pro-solvendo e/ou pro-soluto. Cada financiamento, concedido por bancos e sociedades de factoring supervisionadas, tem limite unitário de 20 milhões de euros. A extensão deste modelo à Serie A procuraria adaptar instrumentos já usados no tecido empresarial italiano ao ecossistema do futebol profissional.
Por Que Importa
- Liquidez e previsibilidade de caixa: o factoring permite antecipar receitas futuras (direitos de transmissão, patrocínios, bilhética), reduzindo pressões de tesouraria e dependência de dívida mais cara.
- Gestão de risco: estruturas pro-solvendo (com recurso) e pro-soluto (sem recurso) podem redistribuir risco de crédito entre clubes e financiadores, potencialmente baixando custos financeiros.
- Efeito sistémico: um veículo coordenado pela CDP pode padronizar condições, aumentar escala e melhorar o acesso dos clubes a financiamento, num mercado frequentemente fragmentado e com assimetrias de risco entre emblemas.
Entre Linhas
- Montante e condições do plafond específico para a Serie A não estão definidos nem confirmados. A eventual participação de outros financiadores está “em discussão”.
- O enquadramento poderá exigir critérios de elegibilidade (limites por clube, garantias sobre receitas centralizadas) para mitigar risco reputacional e de crédito da CDP.
E agora?
Se avançar, a liga poderá estruturar uma plataforma comum para antecipação de créditos, com regras de adesão e tetos por operação, alinhada com o precedente dos 1.000 milhões de euros para PME/Mid-cap. Detalhes sobre preço, maturidades e garantias serão determinantes para a adesão dos clubes e para o impacto no custo médio de financiamento do setor.