Real Madrid avança para SAD com hipótese de vender 10% a investidor externo
Plano de Florentino Pérez prevê manter 90% nas mãos dos sócios, com limite de uma participação por associado; valorização alvo varia entre €6.000M e €10.000M.
O que aconteceu
O Real Madrid CF está a preparar a transformação em Sociedade Anónima Desportiva (SAD). Segundo o El País, o presidente Florentino Pérez pondera abrir 10% do capital a um investidor externo, mantendo 90% distribuído pelos mais de 100.000 sócios, cada um limitado a uma única participação. A proposta deverá ser apresentada a 23 de Novembro, na assembleia anual, e carece de referendo com maioria absoluta dos sócios com direito a voto.
Por Que Importa
- A entrada de capital fixaria um valor de mercado: estimativas variam entre €6.000M (mercado) e €10.000M (visão do clube), com impacto em futuros financiamentos e parcerias.
- Estrutura com 90% em sócios, mas participações intransmissíveis a não-sócios, cria barreiras a tomada de controlo e protege a governação, ainda que possa limitar liquidez.
- Transformação em SAD ativa um processo regulatório com intervenção do Conselho Superior de Desportos (CSD), LaLiga e RFEF, definindo salvaguardas e prazos para a conversão.
- Um investidor âncora de 10% pode trazer governança e disciplina financeira, mas exigirá alinhamento com o modelo associativo e com os projectos de longo prazo (estádio, expansão global, media).
Contexto
- O Real Madrid é uma das poucas grandes entidades profissionais em Espanha que se mantiveram associativas; a conversão em SAD tem sido debatida para responder a “ameaças” e consolidar o controlo pelos sócios, segundo Pérez.
- O processo é regulado pelo Real Decreto 1251/1999 e pelas disposições transitórias do Real Decreto 1084/1991, com comissão mista: presidente e quatro vogais designados pelo CSD, três pela LaLiga e um sob proposta da RFEF.
E agora?
- A assembleia deverá aprovar a realização de referendo; serão necessários >50.000 votos favoráveis (maioria absoluta dos elegíveis).
- Caso aprovado, inicia-se a avaliação e desenho final da estrutura accionista, regras de transmissibilidade e eventual seleção do investidor (valores não divulgados).
- Expectável diligência para reconciliar a valorização pretendida (€10.000M) com o apetite do mercado e cláusulas de controlo por parte dos sócios.